sábado, 22 de dezembro de 2012
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
FLORESTA ESTACIONAL SEMPRE-VERDE: A MAIS NOVA TIPOLOGIA FLORESTAL BRASILEIRA
A partir de agora, um novo tipo
de vegetação passará a constar oficialmente em mapeamentos florestais do país.
A Floresta Estacional Sempre-Verde, que existe apenas no estado de Mato Grosso,
já havia sido identificada há alguns anos, mas só agora passou a constar
oficialmente no Sistema de Classificação da Vegetação Brasileira. A descrição
do novo tipo de vegetação aparece na segunda edição do Manual Técnico da
Vegetação Brasileira, lançada ontem (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE).
O livro, elaborado por
engenheiros florestais, agrônomos, biólogos, geógrafos e geólogos, traz
metodologias para a realização de estudos, mapeamentos e pesquisas da vegetação
no país. Também chamada de Floresta Estacional Perenifólia, a vegetação se
caracteriza pela manutenção de uma coloração muito verde, mesmo em períodos de
estiagens.
A floresta se estende por toda a
região da Bacia Sedimentar dos Parecis e parte das depressões do Guaporé,
Paraguai, Araguaia e Planalto do Tapirapuã. Segundo o IBGE, a vegetação ocorre
em áreas de clima tropical que tem duas estações bem distintas: uma chuvosa e uma
seca (que varia entre quatro e seis meses).
Três subtipos da vegetação foram
identificados: as variações aluvial, de terras baixas e de submontanha. Na
floresta aluvial, que pode ser encontrada nas calhas dos rios Culuene, Teles
Pires, Verde, Arinos, Sangue, Juruena, Juína, Jauru e Guaporé, as árvores têm,
em média 25 metros de altura.
A floresta das terras baixas pode
ser encontrada nos terrenos sedimentares das depressões dos rios Paraguai,
Guaporé e Araguaia, em altitudes em torno de 200 metros. Nesse subtipo de
floresta, as árvores têm, em média, de 35 a 40 metros de altura.
Já a floresta de submontanha, que
tem árvores medindo acima de 30 metros, ocorre nos terrenos sedimentares do
Planalto dos Parecis, especialmente na região do Alto Xingu, em altitudes que
variam de 300 a 450 metros.
A Floresta Estacional
Sempre-Verde se junta a outros tipos de vegetação que ocorrem no Brasil, como
as florestas ombrófilas (típicas da Amazônia e da Mata Atlântica), as savanas e
a Caatinga.
Com a segunda edição do Manual
Técnico da Vegetação Brasileira – obra de referência para estudo, mapeamento e
pesquisa da vegetação no Brasil –, o IBGE torna públicas as metodologias que
utiliza nesse tipo de investigação e amplia o conhecimento na área. A
publicação incorpora os mais recentes avanços na pesquisa sobre a cobertura
vegetal no país: novos conceitos e informações, fundamentais para a elaboração
de políticas de manejo e conservação da biodiversidade brasileira, inclusive de
criação de mais unidades de conservação.
O Manual, desenvolvido por
engenheiros florestais, engenheiros agrônomos, biólogos, naturalistas,
geógrafos e geólogos, representa a fusão de duas publicações anteriores do IBGE
– a Classificação da Vegetação Brasileira, Adaptada a um Sistema Universal
(1991) e o Manual Técnico da Vegetação Brasileira (1ª. edição, 1992). A nova
edição, ilustrada com 55 figuras, 4 quadros e 110 fotografias, está dividida em
quatro capítulos: sistema fitogeográfico; inventário em formações florestais e
campestres; técnicas e manejo de coleções botânicas; e procedimentos para
mapeamento.
O conjunto dessas informações
está disponível (em pdf) no portal do IBGE na internet e no CD-ROM que
acompanha a publicação, acessível através do link.
O primeiro capítulo do Manual
contém o histórico e a evolução das classificações da vegetação, conceituações,
terminologias, sistemas primários e secundários e a legenda do sistema
fitogeográfico adotada pela equipe de vegetação do IBGE.
Em razão das mudanças de
conceitos e dos conhecimentos acumulados nos últimos 20-25 anos, o capítulo
passou a conter um novo tipo de vegetação: a Floresta Estacional Sempre Verde;
uma nova tipologia na Campinarana (vegetação típica da região do Alto Rio
Negro, na Amazônia): a Campinarana Arbustiva; inclusão, na Savana-Estépica
(Caatinga, terminologia mais tradicional e regionalista da vegetação
característica do Nordeste), da presença ou não de palmeiras; mais um contato
entre tipos de vegetação; novos tipos de Áreas Antrópicas; e uma nova unidade
de mapeamento, as Áreas sem Cobertura Vegetal.
No segundo capítulo são descritos
os tipos de inventário, as técnicas de amostragem, as etapas de um inventário
florestal e a metodologia para levantamento do potencial lenhoso/arbóreo de
formações campestres. Essencial para a quantificação dos estoques de carbono na
vegetação, esse levantamento é importante para avaliação dos impactos do
desmatamento na emissão de gases de efeito estufa e para a valoração de
florestas, no caso de concessões para exploração de madeira.
O capítulo que trata das técnicas
e manejo de coleções botânicas descreve a coleta, herborização, etiquetagem,
processamento e manutenção de amostras vegetais em herbário. Num país com o
tamanho e a diversidade biológica do Brasil, a criação e a manutenção de
herbários são fundamentais para o registro e o estudo da vegetação.
No último capítulo são descritos
os procedimentos para mapeamento, desde a interpretação das imagens até a
elaboração do produto final. O mapeamento, e sua permanente atualização, são
importantes para o manejo e a preservação da biodiversidade, bem como para a
quantificação dos estoques de recursos naturais do país.
Com uma abordagem mais abrangente
que a edição anterior, principalmente no capítulo sistema fitogeográfico, o
novo Manual objetiva dar, aos técnicos e usuários, uma visão histórica e
evolutiva dos estudos de vegetação no Brasil. Visa também a contribuir para a
uniformização dos critérios e da terminologia adotados na classificação. As
técnicas apresentadas ampliam o conhecimento da vegetação brasileira,
subsidiando seu manejo, a preservação da biodiversidade, a valoração e a
quantificação dos estoques de recursos naturais e a avaliação dos impactos que
sua destruição pode causar.
O novo Manual Técnico de
Vegetação Brasileira também pode ser adquirido nas livrarias do IBGE e na loja
virtual do portal do IBGE (http://loja.ibge.gov.br/).
Fonte: IBGE
/ ECODEBATE
domingo, 9 de dezembro de 2012
A SOCIEDADE ESTÁ PERGUNTANDO: ONDE ESTÃO a UPE, UFPE, UFRPE, A UNIVASF e os CEFET's (IFPE's) DE PERNAMBUCO?
Do JC Online
Um projeto de extensão bem-sucedido da Universidade de São Paulo (USP) está trazendo esta semana a Afogados da Ingazeira, cidade polo do Sertão pernambucano, um grupo de 200 estudantes e professores para um mutirão de saúde, agroecologia, educação, comunicação e economia rural. Bandeira Científica nasceu na década de 50, foi extinto na época da ditadura militar e retornou há 13 anos às distantes e carentes cidades brasileiras para aproximar o conhecimento acadêmico da realidade regional.
O grupo chegou ao Recife neste fim de semana em dois aviões da Força Aérea Brasileira e seguiu à região do Alto Pajeú por estrada, em ônibus cedidos pela Prefeitura de Afogados da Ingazeira. Estão alojados em escolas da cidade e a partir de amanhã iniciam o atendimento no Centro e área rural. Terão a companhia de dois professores e 23 alunos da Universidade Federal de Pernambuco, das áreas de medicina, nutrição, fisioterapia, fonoaudiologia, que estudam no Recife, e nutrição do Centro Acadêmico de Vitória. Toda a vez que visitam um Estado, os meninos do Bandeira Científica procuram aproximar mais universitários para incentivá-los a seguir o exemplo, explica Marcelo Pellegrini, aluno da Escola de Comunicação da USP e assessor de imprensa do projeto.
O vice-diretor do câmpus da UFPE em Vitória, José Eduardo Garcia, coordenador da comitiva local, explica que o projeto possibilita a prática do ensinamento e uma vivência rica no potencial transformador da vida das pessoas. Cecília Santos, aluna de nutrição da UFPE, acredita que estará mais preparada para a profissão após o projeto.
“São muito bem-vindos. Estamos precisando desse apoio e seria ideal que a UFPE também fizesse o mesmo que a USP” , avalia a secretária-adjunta de Saúde de Afogados da Ingazeira, Sandra Regina Siqueira. Embora tenha rede de saúde que serve de referência a municípios vizinhos, a cidade não consegue atender as necessidades totais da população, que requer cuidados médicos especializados.
Além disso, Afogados da Ingazeira tem enfrentado epidemias de dengue e, com o recrudescimento da seca nos últimos dois anos, aumentou o adoecimento de crianças com diarreias e outras infecções. “També m temos constatado mais doenças crônicas, como câncer, o que demanda mais exames e diagnósticos”, afirma.
A expedição da USP trouxe ultra-som e outros aparelhos para ajudar na assistência à população. São cinco toneladas de bagagem, equipamento, remédio e outros materiais. Vai oferecer também óculos a quem tem problemas de visão e dentaduras aos desdentados. Para isso, conta com empresas parceiras, embora a grande parte do projeto de extensão seja financiada pela próp ria universidade estadual.
Afogados foi selecionada por apresentar características de desenvolvimento, funcionar como polo, e ao mesmo tempo, ter indicadores sociais insatisfatórios, como baixo Índice de Desenvolvimento Humano, explicam os organizadores do Bandeira Científica. Ter uma rede de assistência mínima que apoie a presença do projeto também é requisito na hora de escolher a população beneficiária.
Desde abril o projeto já vem tomando providências na área. Representantes viajaram ao Sertão pernambucano para negociar apoios com a prefeitura e outros entes. O Exército Brasileiro, por exemplo, garantirá água potável para a realização dos trabalhos.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, agentes comunitários já fizeram pré-triagem das pessoas que precisam de assistência médica. Mesmo assim, haverá espaço para demandas espontâneas. A equipe da USP fará inicialmente uma triagem de clínica geral. Daí, o paciente será encaminhado a especialidades como oftalmologia, pediatria, ginecologia e otorrinolaringologia, entre outras.
Haverá ainda atendimento de odontologia, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, nutrição e terapia ocupacional. Todos também farão atividades educativas com a população, para prevenir novos problemas. Além do envolvimento comunitário, papel da extensão universitária, o projeto possibilita a formação dos alunos e a pesquisa científica. Dará ao público e à cidade visitada outras oportunidades, como a de planejar o trabalho, o uso da terra e a economia local.
Estão no grupo estudantes de engenharias civil e ambiental, da Escola Politécnica da USP, que farão mapeamento do saneamento básico (esgoto, abastecimento de água e compostagem do lixo). Representantes da Escola Superior de Agricultura trabalharão o manejo da terra e a agricultura nas comunidades rurais.
Alunos de economia, administração e contabilidade vão desenvolver projetos de geração de renda, para fortalecer as organizações locais. A Escola de Comunicação e Artes estará presente não só para documentar a expedição por meio de fotos e vídeo, mas também usará a rádio comunitária para convocar o público e passar dicas de saúde e prevenção de doenças adquiridas por água e alimento contaminado.
O grupo chegou ao Recife neste fim de semana em dois aviões da Força Aérea Brasileira e seguiu à região do Alto Pajeú por estrada, em ônibus cedidos pela Prefeitura de Afogados da Ingazeira. Estão alojados em escolas da cidade e a partir de amanhã iniciam o atendimento no Centro e área rural. Terão a companhia de dois professores e 23 alunos da Universidade Federal de Pernambuco, das áreas de medicina, nutrição, fisioterapia, fonoaudiologia, que estudam no Recife, e nutrição do Centro Acadêmico de Vitória. Toda a vez que visitam um Estado, os meninos do Bandeira Científica procuram aproximar mais universitários para incentivá-los a seguir o exemplo, explica Marcelo Pellegrini, aluno da Escola de Comunicação da USP e assessor de imprensa do projeto.
O vice-diretor do câmpus da UFPE em Vitória, José Eduardo Garcia, coordenador da comitiva local, explica que o projeto possibilita a prática do ensinamento e uma vivência rica no potencial transformador da vida das pessoas. Cecília Santos, aluna de nutrição da UFPE, acredita que estará mais preparada para a profissão após o projeto.
“São muito bem-vindos. Estamos precisando desse apoio e seria ideal que a UFPE também fizesse o mesmo que a USP” , avalia a secretária-adjunta de Saúde de Afogados da Ingazeira, Sandra Regina Siqueira. Embora tenha rede de saúde que serve de referência a municípios vizinhos, a cidade não consegue atender as necessidades totais da população, que requer cuidados médicos especializados.
Além disso, Afogados da Ingazeira tem enfrentado epidemias de dengue e, com o recrudescimento da seca nos últimos dois anos, aumentou o adoecimento de crianças com diarreias e outras infecções. “També m temos constatado mais doenças crônicas, como câncer, o que demanda mais exames e diagnósticos”, afirma.
A expedição da USP trouxe ultra-som e outros aparelhos para ajudar na assistência à população. São cinco toneladas de bagagem, equipamento, remédio e outros materiais. Vai oferecer também óculos a quem tem problemas de visão e dentaduras aos desdentados. Para isso, conta com empresas parceiras, embora a grande parte do projeto de extensão seja financiada pela próp ria universidade estadual.
Afogados foi selecionada por apresentar características de desenvolvimento, funcionar como polo, e ao mesmo tempo, ter indicadores sociais insatisfatórios, como baixo Índice de Desenvolvimento Humano, explicam os organizadores do Bandeira Científica. Ter uma rede de assistência mínima que apoie a presença do projeto também é requisito na hora de escolher a população beneficiária.
Desde abril o projeto já vem tomando providências na área. Representantes viajaram ao Sertão pernambucano para negociar apoios com a prefeitura e outros entes. O Exército Brasileiro, por exemplo, garantirá água potável para a realização dos trabalhos.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, agentes comunitários já fizeram pré-triagem das pessoas que precisam de assistência médica. Mesmo assim, haverá espaço para demandas espontâneas. A equipe da USP fará inicialmente uma triagem de clínica geral. Daí, o paciente será encaminhado a especialidades como oftalmologia, pediatria, ginecologia e otorrinolaringologia, entre outras.
Haverá ainda atendimento de odontologia, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, nutrição e terapia ocupacional. Todos também farão atividades educativas com a população, para prevenir novos problemas. Além do envolvimento comunitário, papel da extensão universitária, o projeto possibilita a formação dos alunos e a pesquisa científica. Dará ao público e à cidade visitada outras oportunidades, como a de planejar o trabalho, o uso da terra e a economia local.
Estão no grupo estudantes de engenharias civil e ambiental, da Escola Politécnica da USP, que farão mapeamento do saneamento básico (esgoto, abastecimento de água e compostagem do lixo). Representantes da Escola Superior de Agricultura trabalharão o manejo da terra e a agricultura nas comunidades rurais.
Alunos de economia, administração e contabilidade vão desenvolver projetos de geração de renda, para fortalecer as organizações locais. A Escola de Comunicação e Artes estará presente não só para documentar a expedição por meio de fotos e vídeo, mas também usará a rádio comunitária para convocar o público e passar dicas de saúde e prevenção de doenças adquiridas por água e alimento contaminado.
FONTE: Blog do Jamildo
sábado, 8 de dezembro de 2012
BRASIL POSSUI SEGUNDA MAIOR ÁREA FLORESTAL DO PLANETA
por Nielmar de Oliveira, da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O Brasil tem 516 milhões de hectares de florestas, o equivalente a 60,7% do território nacional, ficando atrás apenas da Rússia. A informação consta da pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (Pevs), divulgada ontem (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse total de 516 milhões de hectares de florestas é composto por áreas destinadas a reservas extrativistas e de desenvolvimento sustentável, terras indígenas, áreas de proteção dos recursos hídricos e do solo, de conservação da biodiversidade em unidades de conservação federais e estaduais, de produção madeireira e não madeireira em florestas nacionais e estaduais e florestas plantadas, de proteção ambiental e áreas ocupadas com florestas.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) estima que 31% da superfície terrestre do planeta sejam ocupados por florestas habitadas por 300 milhões de pessoas. Delas dependem, de forma direta, 1,6 bilhão de seres humanos e 80% da biodiversidade terrestre.
Para promover ações que incentivem a conservação e a gestão sustentável de todos os tipos de florestas, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2011 o Ano Internacional das Florestas.
A iniciativa teve o objetivo de conscientizar a sociedade da importância das florestas, alertando que a sua exploração de forma inadequada acarreta, entre outras consequências, a perda da biodiversidade e o agravamento das mudanças climáticas.
No Brasil, o Ministério do Meio Ambiente promoveu vários eventos, enfocando a conservação, o manejo e o desenvolvimento sustentável.
* Edição: Juliana Andrade.
** Publicado originalmente no site Agência Brasil.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
CONVÊNIO ENTRE GOVERNO DA PARAÍBA E FUNDO INTERNACIONAL GARANTEM 100 MILHÕES DE INVESTIMENTOS QUE INCLUEM O SETOR FLORESTAL PARA AS REGIÕES DO CARIRI E SERIDÓ
O governo da Paraíba vai investir
U$$ 49, 6 milhões (equivalente a mais de R$ 100 milhões) para o
desenvolvimento de projetos sustentáveis nas regiões do Cariri e Seridó. Nesta
quarta-feira (17), durante audiência no Ministério da Fazenda, em Brasília, o governador
Ricardo Coutinho e o representante do Fundo Internacional de Desenvolvimento
Agrícola (Fida) no Brasil, Hardi Vieira, assinaram convênio do ‘Procase’. O
projeto vai garantir ações de inclusão social e produtiva nas regiões do Cariri
e Seridó paraibanos.
O convênio firmado nesta
quarta-feira (17) vai beneficiar mais de 18 mil famílias em 55 municípios que
integram as regiões do Cariri e do Seridó. O financiamento do Fida será de US$
25 milhões com contrapartida do Estado e beneficiários no valor de U$$ 25 milhões
que irão totalizar em mais de R$ 100 milhões injetados na economia paraibana. A
assinatura do convênio foi acompanhada pela coordenadora de Operações
Financeiras da Procuradoria da Fazenda Nacional, Sônia Portela.
O governador Ricardo
Coutinho ressaltou a importância do ‘Procase’ para a inclusão das
diversas cadeias produtivas do Estado como a caprinocultura, a fruticultura, o
sisal e a pequena mineração. Ele adiantou que um dos projetos que devem ser
financiados é a instalação de uma fábrica de leite em pó de cabra, que irá
agregar valor ao produto, abrir mercados e atuar como uma grande âncora para a
região do Cariri.
Outro setor que vai ser
beneficiado, de acordo com Ricardo, será o da mineração na região do Seridó. O
governador acrescentou que “assim como já vem ocorrendo com o
‘Empreender’ e o ‘Cooperar’, vamos com o ‘Procase’ estimular os processos de
melhoria dos minerais, organizar as cooperativas e diminuir os acidentes de
trabalho. O Estado e os mineradores terão ganhos significativos”,
frisou.
O representante do Fida no
Brasil, Hardi Vieira, disse que esse é um momento oportuno para a instituição e
o governo da Paraíba que concretizam esse acordo de empréstimo para promoção de
ações concretas na região do Cariri e Seridó. “Vamos trabalhar conjuntamente em
dois eixos. Um na assistência técnica dos agricultores e outro na intervenção
nas cadeias produtivas, agregando valor e gerando renda para os pequenos
produtores”, explicou.
Hardi reconheceu o trabalho do
governador e da sua equipe nesta fase de finalização do acordo de cooperação
que vinha sendo discutido desde 2009. Ele explicou que o primeiro passo do
projeto será a capacitação dos produtores para prepará-los para realizar os
investimentos quando chegar a fase de financiamento do projeto. “Precisamos
capacitar os agricultores para que ele produza mais e melhor”,
disse.
A coordenadora de Operações
Financeiras da procuradoria da Fazenda Nacional, Sônia Portela, destacou que o
‘Procase’ tem uma forte repercussão social por beneficiar agricultores e
comunidades de baixa renda que necessitam de recursos e caminhos para sua
sustentabilidade e desenvolvimento. “A nossa expectativa é que nos próximos
anos essas comunidades vivenciem uma fase transformadora”, afirmou.
Sônia Portela parabenizou o
governo da Paraíba por cumprir todas as exigências legais e fiscais do projeto
que asseguram esse investimento de uma instituição de desenvolvimento
reconhecida mundialmente pelo seu trabalho nas regiões do
semiárido.
Lançamento do ‘Procase’ - Nas
próximas semanas será realizado um seminário com técnicos do Fida para
apresentação e lançamento do programa . Após essa etapa, o projeto iniciará o
processo de capacitação e financiamento das cooperativas e associações
nos 55 municípios paraibanos.
Segundo o secretário de
Desenvolvimento da Agricultura e Pesca do Estado, Marenilson Batista, a
população rural na área de abrangência do projeto é de 170 mil habitantes e
inclui cerca de 35 mil domicílios rurais. “É preciso frisar que o convênio só
está sendo firmado pelo fato do Estado estar hoje enquadrado na Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF)”, disse Maranilson.
Os projetos a serem financiados
incluirão pequenos produtores de carne e leite de cabra, couros e peles de
caprinos, fruticultura, mineradores e artesãos. Outro componente importante do
projeto é o combate à desertificação com ações a serem desenvolvidas pela
Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Ciência e Tecnologia como o
reflorestamento, instalação de sistemas agroflorestais e educação
ambiental.
A audiência realizada no
Ministério da Fazenda contou com a presença dos secretários de Meio Ambiente,
Recursos Hídricos e Tecnologia, João Azevedo, de Desenvolvimento da
Agricultura, Marenilson Batista, de Comunicação Institucional, Tatiana
Domiciano, e do PAC na Paraíba, Ricardo Barbosa, além de técnicos do Ministério
da Fazenda.
Fonte: http://www.paraibamix.com/2012/10/convenio-entre-governo-da-paraiba-e.html
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
COMO SEMPRE, ATRÁS DE TODA CRISE ECONÔMICA EXISTE A MÃO DA CORRUPÇÃO SOCIAL, POLÍTICA, ADMINISTRATIVA, ECONÔMICA E FINANCEIRA...
BERLIM,
05 dez 2012 (AFP) - A corrupção continua fazendo estragos no mundo e prejudica,
em particular, os países mais atingidos pela crise na Eurozona, como Grécia e
Itália, cuja classificação na lista se deteriora, indica a Transparência
Internacional em seu relatório anual publicado nesta quarta-feira. Na América
Latina, os países mais virtuosos são Chile e Uruguai, que compartilham a 20ª
posição com uma nota de 70 pontos em 100, e o mais corrupto é a Venezuela, situado
na 165ª posição com 19 pontos, na frente apenas de Iraque, Uzbequistão, Somália
e Afeganistão. A Transparência Internacional constata que "a corrupção
continua fazendo estragos nas sociedades em todo o mundo" e aponta
expressamente para os países mais afetados da Eurozona pela crise econômica e
financeira, pelo nível "decepcionante" de corrupção, segundo o
comunicado. A Transparência Internacional analisa a corrupção em 174 países e
lhes concede uma nota que vai de 0 a 100, dependendo da percepção de corrupção.
Na Europa, neste ano, Itália e Grécia aparecem, respectivamente, nas posições
72 e 94 da lista, com 42 e 36 pontos, três e 14 posições a menos que no
relatório anterior da Transparência. O nível de percepção da corrupção na
Itália é similar ao da Tunísia (41 pontos), enquanto o da Grécia é igual ao da
Colômbia. Entre os países afetados pela crise da dívida, Irlanda (25ª), Espanha
(30ª) e Portugal (33ª) obtêm resultados superiores a 60. Menos afetados pela
crise, Alemanha e França estão classificados na 13ª e 22ª posição,
respectivamente, com notas superiores a 70. Dinamarca, Finlândia e Nova
Zelândia compartilham o primeiro lugar de países mais virtuosos, com resultados
de 90 pontos. Japão e Reino Unido aparecem na 17ª posição, na frente dos Estados
Unidos (19ª).Os resultados da maioria dos países da "primavera árabe"
são inferiores ou levemente superiores a 40. Afeganistão, Coreia do Norte e
Somália compartilham a última posição com notas de 8 pontos. A Rússia (133ª),
com uma nota de 28, continua sendo um dos países mais corruptos do mundo,
segundo a Transparência, mas voltou a melhorar sua posição, subindo 10 posições
desde o último relatório. Para realizar esta lista, que reflete apenas a
percepção da corrupção, a ONG se baseia em dados recolhidos por 13 instituições
internacionais, entre elas o Banco Mundial, os bancos asiático e africano de
desenvolvimento ou o Fórum Econômico Mundial.
Fonte: Terra Notícias.
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
OS QUINZE PAÍSES QUE ATUALMENTE MAIS POLUEM O PLANETA...
1 - China
Emissão em 2011: 8,87 bilhões de toneladas de CO2 (ton CO2)
Emissão em 2010: 8,3 bilhões ton CO2
Emissão em 1990: 2,45 bilhões ton CO2
Variação em 21 anos: 262%
2 - Estados Unidos
Emissão em 2011: 6
bilhões ton CO2
Emissão em 2010: 6,1 bilhões ton CO2
Emissão em 1990: 5,4 bilhões ton CO2
Variação em 21 anos: 11%
3- Índia
Emissão em 2011: 1,78
bilhão ton CO2
Emissão em 2010: 1,7 bilhão ton CO2
Emissão em 1990: 626
milhões ton CO2
Variação em 21 anos: 185%
4 – Rússia
Emissão em 2011: 1,67
bilhão ton CO2
Emissão em 2010: 1,7
bilhão ton CO2
Emissão em 1990: 2,36 bilhões ton CO2
Variação em 21 anos: -
22%
5 – Japão
Emissão em 2011: 1,31
bilhão ton CO2
Emissão em 2010: 1,3
bilhão ton CO2
Emissão em 1990: 1,17 bilhão ton CO2
Variação em 21 anos: 11%
6 - Alemanha
Emissão em 2011: 804
milhões ton CO2
Emissão em 2010: 828
milhões ton CO2
Emissão em 1990: 1
bilhão ton CO2
Variação em 21 anos: - 22%
7 – Coreia do Sul
Emissão em 2011: 739
milhões ton CO2
Emissão em 2010: 716 milhões ton CO2
Emissão em 1990: 257
milhões ton CO2
Variação em 21 anos: 187%
8 - Canadá
Emissão em 2011: 628
milhões ton CO2
Emissão em 2010: 605 milhões ton CO2
Emissão em 1990: 485
milhões ton CO2
Variação em 21 anos: 30%
9 - Arábia Saudita
Emissão em 2011: 609
milhões ton CO2
Emissão em 2010: 563
milhões ton CO2
Emissão em 1990: 242
milhões ton CO2
Variação em 21 anos: 152%
10 - Irã
Emissão em 2011: 598
milhões ton CO2
Emissão em 2010: 558
milhões ton CO2
Emissão em 1990: 199
milhões ton CO2
Variação em 21 anos: 201%
11 - Grã-Bretanha
Emissão em 2011: 513
milhões ton CO2
Emissão em 2010: 548
milhões ton CO2
Emissão em 1990: 625
milhões ton CO2
Variação em 21 anos: -
18%
12 - Brasil
Emissão em 2011: 488
milhões ton CO2
Emissão em 2010: 464
milhões ton CO2
Emissão em 1990: 246
milhões ton CO2
Variação em 21 anos: 98%
13 - México
Emissão em 2011: 464 milhões ton CO2
Emissão em 2010: 447
milhões ton CO2
Emissão em 1990: 283
milhões ton CO2
Variação em 21 anos: 64%
14 - Indonésia
Emissão em 2011: 453
milhões ton CO2
Emissão em 2010: 424
milhões ton CO2
Emissão em 1990: 151
milhões ton CO2
Variação em 21 anos: 200%
15 - África do Sul
Emissão em 2011: 452
milhões ton CO
Emissão em 2010: 437
milhões de ton CO2
Emissão em 1990: 329
milhões de ton CO2
Variação em 21 anos: 37%
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
MIPF- MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS FLORESTAIS
José Eduardo Petrilli Mendes
Pesquisador Sênior da Fibria Celulose
Com o advento da globalização, da abertura e do crescimento de mercados internacionais, dos grandes acordos comerciais e da criação de grupos de livre comércio, a venda de commodities em geral, dentre elas a celulose, atingiu níveis elevados nos últimos anos, período em que novas plantas industriais entraram em operação.
Atrelados ao aumento da demanda por celulose, estão
o aumento da consciência coletiva relacionada ao meio ambiente e à
sustentabilidade da produção e dos negócios e, consequentemente, das cobranças
em relação à padronização produtiva, qualidade dos produtos, respeito ao homem,
à sociedade e ao meio ambiente.
Nesse cenário, a certificação florestal demonstra o
cumprimento de padrões dos processos produtivos, pautados em normas, princípios
e critérios preestabelecidos. Como exemplos, podem-se citar o FSC - Forest
Stewardship Council e o Cerflor, além das normas ISO e OHSAS.
O setor florestal brasileiro se destaca em escala
mundial em função das altas produtividades obtidas e das tecnologias produtivas
empregadas. O MIPF - Manejo Integrado de Pragas Florestais se destaca como uma
ferramenta fundamental à viabilidade dos plantios comerciais altamente
produtivos. Como pilares básicos de sustentação do MIPF, podem ser citados:
• O planejamento de plantio, por meio do manejo da
paisagem, prioriza a diversidade biológica, a conectividade entre áreas de
conservação, os mosaicos genéticos e por idades, as unidades de manejo por
bacias hidrográficas e os direcionadores de colheita;
• A recomendação de materiais genéticos para o
plantio leva em consideração, além das características tradicionais do
melhoramento clássico florestal, as fenotipagens em condições controladas para
as principais pragas e doenças do eucalipto, a verificação de adaptação aos
sítios de plantio, complementada ainda pela instalação de campos de prova para
doenças de grande importância, evitando o plantio de clones que sejam
suscetíveis aos principais desafios fitossanitários da cultura;
• As práticas de manejo são sempre as mais
adequadas aos locais de plantio, incluindo diferentes formas de preparo do
solo, com base em análises físicas e do relevo, priorizando o uso do cultivo
mínimo. O espaçamento de plantio é variável de acordo com a capacidade dos
sítios, e as fertilizações são baseadas em análises químicas do solo.
A adequação dos níveis nutricionais das plantas é
monitorada e corrigida quando necessário. Sempre que possível, os resíduos da
colheita anterior são mantidos na área. O manejo por talhadia é recomendado
apenas para clones com bom status fitossanitário, e o manejo de matocompetição
é realizado mediante avaliações prévias e com técnicas adequadas para cada
situação;
• Os monitoramentos populacionais das pragas,
feitos de forma personalizada por região de atuação e por praga alvo, por
sistemas especialistas, de forma customizada, têm como foco definir onde,
quando e como devem ser tomadas ações de manejo. Adicionalmente, materiais de
suporte à diagnose fitossanitária estão disponíveis online para consulta;
• O controle natural das populações é privilegiado
pelas ações já mencionadas, favorecendo o equilíbrio biológico. Os controles biológicos
clássico e aplicado são as primeiras ações a serem tomadas, atuando sempre nos
momentos adequados para a sua aplicação;
• O controle químico é a última alternativa
aplicada no MIPF, onde são usados produtos seletivos, de alta eficácia, que
tenham as melhores características de segurança ambiental e ocupacional
possíveis e nos melhores níveis de localização;
• As premissas de
aplicação do MIPF são convergentes com os requisitos de certificação florestal
e devem ser aplicadas em qualquer empreendimento florestal. Essa aplicação
atende plenamente aos requisitos das certificações florestais e à maioria das
condicionantes dos processos de derrogação de químicos do FSC (autorização para
uso temporário de um produto considerado “altamente perigoso” pelo FSC,
mediante o atendimento de condicionantes vinculadas à sua aplicação).
terça-feira, 23 de outubro de 2012
SiCAR (SISTEMA DE CADASTRO AMBIENTAL RURAL) E CAR (CADASTRO AMBIENTAL RURAL) AGORA SÃO OBRIGATÓRIOS EM TODOS OS ESTADOS BRASILEIROS
Produtores
rurais precisam se cadastrar. Objetivo é permitir o planejamento ambiental e
econômico do uso do solo
Sophia Gebrim
Sophia Gebrim
Os produtores rurais de todo o Brasil devem ficar atentos às novas regras de regularização ambiental, publicadas na última semana, por meio do Decreto nº 7.830, de 17 de outubro de 2012 (ANEXO). A legislação dispõe sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Programa de Regularização Ambiental (PRA), estabelecendo as regras gerais e instrumentos de implantação e integração das informações, em âmbito nacional, de planejamento ambiental e econômico do uso do solo brasileiro.
O cadastro ambiental rural já vem sendo implantado no Brasil desde 2008, em estados como Amazonas, Bahia, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Acre, que já possuem sistemas próprios de cadastro. O processo de consolidação do cadastramento começou há dois anos com a criação do Programa Mais Ambiente, que instituiu um sistema federal de cadastro ambiental rural.
INTEGRAÇÃO
“O Decreto publicado na última semana vem para estabelecer as regras que institui o Sistema de CAR em todo o país, integrando a base de dados de todos os estados da federação”, explica a diretora do Departamento de Desenvolvimento Rural Sustentável da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Marilúcia Valese.
Dessa forma, os estados que já possuem seu banco de dados irão integrá-los ao Sistema de Cadastro Ambiental Rural (SiCAR) instituído pelo decreto, e os que não possuem poderão utilizar o módulo disponibilizado pelo MMA/Ibama, por meio de acordos de cooperação técnica que estão sendo firmados com os estados.
Os órgãos que adotarem o sistema poderão desenvolver módulos complementares, de acordo com as demandas locais, que será integrado no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (Sinima), formando assim, uma única base de dados de CAR de todo o país. “Com o apoio do MMA no fortalecimento da capacidade técnica e operacional dos estados, conseguiremos acelerar o processo de cadastramento em todo o país, que contará, com um banco de imagens de satélite que permitirão localizar, identificar e georreferenciar os imóveis rurais”, explica a diretora do MMA.
FUNCIONAMENTO
O SiCAR irá integrar os dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) de todos os estados. Por meio de site da Internet (disponível em breve), será possível cadastrar as informações dos imóveis rurais, indicando localização, perímetro, áreas de vegetação nativa, Áreas de Preservação Permanente (APP), de Reserva Legal (RL), e de uso restrito. A partir daí, o CAR opera como uma base de dados que integra informações ambientais das propriedades e posses, com diversas aplicações, seja para o controle e monitoramento do desmatamento, como para planejamento ambiental e econômico dos imóveis rurais.
A inscrição no CAR é obrigatória para todas as propriedades rurais e deverá conter os dados do proprietário ou posseiro, a planta do imóvel georreferenciada, a delimitação das áreas de interesse social e utilidade pública, assim como informações da localização dos remanescentes de vegetação nativa, APPs, RL, áreas de uso restrito e áreas consolidadas. Cabe ao produtor a veracidade das informações declaradas, que fica sujeito às sanções penais e administrativas, em caso de informações enganosas ou omissas.
Tratando-se de pequenos produtores rurais (até quatro módulos fiscais) e povos e comunidades indígenas e tradicionais, para registro de imóveis no CAR, o procedimento será simplificado, sendo obrigatória apenas a identificação do proprietário, a comprovação de posse do imóvel e a elaboração de croqui, que poderá ser feito sobre a imagem de satélite, indicando o perímetro do imóvel, a delimitação das áreas de interesse social e utilidade pública, assim como informações da localização dos remanescentes de vegetação nativa, APPs, RL, áreas de uso restrito e áreas consolidadas. “Tal medida garante apoio diferenciado à esses pequenos produtores familiares e comunidades tradicionais que terão apoio do poder público na elaboração de seus cadastros”, destaca a diretora Marilúcia Valese.
Futuro
Ainda segundo o Decreto, a inscrição do imóvel no CAR é condição obrigatória para sua adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA), que será instituído pelo Governo Federal como parte das iniciativas de adequação e promoção da regularização ambiental em imóveis rurais. Após a sua adesão ao Programa, o proprietário rural não poderá ser autuado por infrações cometidas antes de 2008, relativas á supressão irregular de vegetação em APP e RL. Dessa forma, as multas serão consideradas como convertidas em serviços de recomposição das áreas degradadas de APP, Reserva Legal e de Uso restrito, mediante o cumprimento das ações de manutenção, recuperação, e/ou compensação previstas no termo.
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
PRESIDENTA SANCIONA NOVO CÓDIGO FLORESTAL COM ALGUNS VETOS
A presidenta
Dilma Rousseff sancionou, com nove vetos, a medida provisória (MP) aprovada
pelo Congresso Nacional que altera o novo Código Florestal. O texto e as razões
dos vetos foram publicados, nesta quinta-feira, 18 de outubro, no Diário
Oficial da União (DOU).
Foram vetados
parcialmente os artigos 4º, 15º, 35º, 59º, 61º-A e 61º-B e totalmente o 83º.
Entre os vetos está o nono parágrafo do artigo 4º, que desconsidera Área de
Proteção Permanente (APP) a várzea fora dos limites previstos pelo artigo, por “poder
gerar controvérsia jurídica acerca da aplicação da norma”.
Também foi
vetado o plantio de árvores frutíferas para recomposição de Áreas de Proteção
Permanente. O despacho da presidenta justifica que a autorização indiscriminada
de frutíferas “compromete a biodiversidade das APPs, reduzindo a capacidade
dessas áreas desempenharem suas funções ambientais”. O uso de espécies exóticas
intercaladas com nativas, para recomposição de APP, é autorizada em pequenos
imóveis rurais.
Regularização
Junto com a sanção,
o Governo Federal publicou o decreto sobre o Programa de Recuperação Ambiental
(PRA). O proprietário que aderir ao programa e estiver cumprindo o termo de
regularização ambiental não poderá ser autuado por infrações cometidas antes de
22 de julho de 2008, relativas à supressão irregular de vegetação em APP,
Reserva Legal e de uso restrito. Ou seja, as multas decorrentes dessas
infrações serão “consideradas como convertidas em serviços de preservação,
melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente, regularizando o uso de
áreas rurais consolidadas conforme definido no PRA”, conforme é explicado no
parágrafo único do artigo 13.
O decreto também
estabeleceu o Cadastro Ambiental Rural (CAR) como condição obrigatória para a
adesão ao PRA e criou o Sicar, sistema que vai gerenciar e integrar os dados do
CAR de todas as unidades da federação. O CAR é registro por satélite do imóvel
rural com informações como o limite da propriedade, APP e reserva legal.
Veja aqui a
Lei nº 12.727 com as alteração ao Código Florestal.
Veja aqui o
Decreto nº 7.830 sobre o CAR e PRA.
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
NOVO MANIFESTO DA SBPC E DA ABC SOBRE O NOVO CÓDIGO FLORESTAL.
A tramitação da MP
571/2012 do Código Florestal foi concluída no Congresso e retorna para
apreciação da presidente da República. Confira a íntegra da carta encaminhada
pela SBPC e ABC para a presidente Dilma Rousseff.
Senhora Presidenta,
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
(SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) vêm mais uma vez manifestar
sua preocupação com o Código Florestal, desta vez por meio de alterações na MP
571/2012 aprovadas pelo Congresso Nacional, que representam mais retrocessos, e
graves riscos para o País.
O Brasil deveria partir de premissas básicas que
ele próprio aprovou em fóruns internacionais, como na Rio+20, Conferência das
Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. O documento aprovado na
Rio+20, denominado “O Futuro que Queremos”, ressalta o compromisso com um
futuro sustentável para o planeta de modo que haja a integração equilibrada das
dimensões social, econômica e ambiental.
O documento reconhece a importância da colaboração
da comunidade científica e tecnológica para o desenvolvimento sustentável e o
fortalecimento da conexão entre a ciência e as políticas, mediante avaliações
científicas confiáveis que facilitem a adoção de decisões informadas.
Reafirma a necessidade de promover, fortalecer e
apoiar uma agricultura mais sustentável, que melhore a segurança alimentar,
erradique a fome e seja economicamente viável, ao mesmo tempo em que conserva
as terras, a água, os recursos genéticos vegetais e animais, a diversidade
biológica e os ecossistemas e aumente a resiliência à mudança climática e aos
desastres naturais.
Também reconhece a necessidade de manter os
processos ecológicos naturais que sustentam os sistemas de produção de
alimentos. Além disto, ressalta os benefícios sociais, econômicos e ambientais
que as florestas, seus produtos e serviços, podem proporcionar para as pessoas
e para as economias. Para que isto ocorra, os países concordaram em envidar
esforços para o manejo sustentável das florestas, a recomposição, a restauração
e o florestamento, para aumentar as reservas florestais de carbono.
Com a aprovação da MP 571/2012 pelo Senado o Brasil
deixará de cumprir os compromissos que assumiu com seus cidadãos e com o mundo,
aprovando medidas que não privilegiam a agricultura sustentável e que não reconhecem
a colaboração da ciência e da tecnologia nas tomadas de decisão.
A ABC e a SBPC são contra as seguintes alterações
na MP 571/2012:
Definição de Pousio
sem delimitação de área – Foi alterada a definição de pousio incluída pela
MP, retirando o limite de 25% da área produtiva da propriedade ou posse (Art.
3o inciso XXIV). Para a ABC e SBPC as áreas de pousio deveriam ser reconhecidas
apenas à pequena propriedade ou posse rural familiar ou de população
tradicional, como foram até o presente, sem generalizações. Além disto,
deveriam manter na definição o percentual da área produtiva que pode ser
considerada como prática de interrupção temporária das atividades agrícolas.
Redução da
obrigação de recomposição da vegetação às margens dos rios – O texto aprovado
pelo Senado Federal beneficiou as médias e grandes propriedades rurais,
alterando o Art. 61-A da MP 571/2012. Nele, a área mínima obrigatória de
recuperação de vegetação às margens dos rios desmatadas ilegalmente até julho
de 2008 foi reduzida. As APPs não podem ser descaracterizadas sob pena de
perder sua natureza e sua função. A substituição do leito maior do rio pelo
leito regular para a definição das APPs torna vulneráveis amplas áreas úmidas
em todo o país, particularmente na Amazônia e no Pantanal, onde são importantes
para a conservação da biodiversidade, da manutenção da qualidade e quantidade
de água, e de prover serviços ambientais, pois elas protegem vidas humanas, o
patrimônio público e privado de desastres ambientais.
Redução das
exigências legais para a recuperação de nascentes dos rios. A medida
provisória também consolidou a redução da extensão das áreas a serem
reflorestadas ao redor das nascentes. Apesar de que a MP considera como Área de
Preservação Permanente (APP) um raio de 50 metros ao redor de nascente, a MP
introduziu a expressão “perenes” (Art. 4o, inciso IV), com o intuito de excluir
dessas exigências as nascentes intermitentes que, frequentemente, ocorrem em
regiões com menor disponibilidade anual de água. Para fins de recuperação, nos
casos de áreas rurais consolidadas em Áreas de Preservação Permanente no
entorno de nascentes e olhos d’água perene, é admitida a manutenção de
atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo ou de turismo rural, sendo
obrigatória a recomposição do raio mínimo de 15 (quinze) metros (Art. 61-A §
5º).
Reflorestamento de
nascentes e matas ciliares com espécies arbóreas frutíferas exóticas. É inaceitável
permitir a recuperação de nascentes e matas ciliares com árvores frutíferas
exóticas, ainda mais sem ser consorciada com vegetação nativa, em forma de
monocultivos em grandes propriedades. Os cultivos de frutíferas exóticas exigem
em geral uso intensivo de agrotóxicos, o que implicará contaminação direta dos
cursos de água (Art. 61-A, inciso V).
Áreas de Preservação
Permanente no Cômputo das Reservas Legais – As Áreas de Preservação Permanente
não podem ser incluídas no cômputo das Reservas Legais do imóvel. As
comunidades biológicas, as estruturas e as funções ecossistêmicas das APPs e
das reservas legais (RLs) são distintas. O texto ainda considera que no
referido cômputo se poderá considerar todas as modalidades de cumprimento da
Reserva Legal, ou seja, regeneração, recomposição e compensação (Art. 15 § 3o
). A ABC e a SBPC sempre defenderam que a eventual compensação de déficit de RL
fosse feita nas áreas mais próximas possíveis da propriedade, dentro do mesmo
ecossistema, de preferência na mesma microbacia ou bacia hidrográfica. No
entanto, as alterações na MP 571/2012 mantêm mais ampla a possibilidade de
compensação de RL no âmbito do mesmo bioma, o que não assegura a equivalência
ecológica de composição, de estrutura e de função. Mantido esse dispositivo,
sua regulamentação deveria exigir tal equivalência e estipular uma distância
máxima da área a ser compensada, para que se mantenham os serviços
ecossistêmicos regionais. A principal motivação que justifica a RL é o uso
sustentável dos recursos naturais nas áreas de menor aptidão agrícola, o que
possibilita conservação da biodiversidade nativa com aproveitamento econômico,
além da diversificação da produção.
Redução da área de
recomposição no Cerrado Amazônico – O Art. 61-B, introduziu a mudança
que permite que proprietários possuidores dos imóveis rurais, que em 22 de
julho de 2008, detinham até 10 (dez) módulos fiscais e desenvolviam atividades
agrossilvipastoris nas áreas consolidadas em Áreas de Preservação Permanente,
recomponham até o limite de 25% da área total do imóvel, para imóveis rurais
com área superior a 4 (quatro) e até 10 (dez) módulos fiscais, excetuados
aqueles localizados em áreas de floresta na Amazônia Legal. Este dispositivo
permitirá a redução da área de recomposição no Cerrado Amazônico. Toda a
Amazônia Legal seguia regras mais rígidas. Com a mudança, apenas áreas de
florestas da Amazônia Legal ficam excluídas do limite de 25%.
Delegação aos
Estados para definir, caso a caso, quanto os grandes proprietários devem
recuperar de Áreas de Preservação Permanente (APPs) ilegalmente desmatadas. A delimitação de
áreas de recuperação, mantidos os parâmetros mínimos e máximos definidos pela
União, foi remetida para o Programa de Regularização Ambiental (PRA) a
delimitação de áreas de recuperação. Atualmente esta competência é
compartilhada entre municípios, Estados e governo federal. Determinar que cada
estado defina o quanto os grandes proprietários terão de recuperar das áreas de
preservação irregularmente desmatadas, pode incentivar uma “guerra ambiental”.
Diminuição da
proteção das veredas – O texto até agora aprovado diminuiu a proteção às veredas. A proposta
determina ainda que as veredas só estarão protegidas numa faixa marginal, em
projeção horizontal, de 50 metros a partir do “espaço permanentemente brejoso e
encharcado” (Art. 4o, inciso XI), o que diminui muito sua área de proteção. Antes,
a área alagada durante a época das chuvas era resguardada. Além desse limite, o
desmatamento será permitido. As veredas são fundamentais para o fornecimento de
água, pois são responsáveis pela infiltração de água que alimenta as nascentes
da Caatinga e do Cerrado, justamente as que secam durante alguns meses do ano
em função do estresse hídrico.
Regularização das
atividades e empreendimentos nos manguezais – O artigo 11-A, incluído pela MP,
permite que haja nos manguezais atividades de carcincultura e salinas, bem como
a regularização das atividades e empreendimentos de carcinicultura e salinas
cuja ocupação e implantação tenham ocorrido antes de 22 de julho de 2008 (§§ 1o
6º). Os manguezais estão indiretamente protegidos pelo Código Florestal desde
1965, e diretamente desde 1993, na Mata Atlântica, e 2002, na Amazônia. Esse
artigo, além de promover a regularização de áreas desmatadas irregularmente,
permite que novas áreas sejam abertas para instalação de criações de camarões.
Senhora Presidenta, se queremos um futuro
sustentável para o País, se queremos promover o desenvolvimento do Brasil, se
queremos que a agricultura brasileira perdure ao longo do tempo com grande
produtividade, que minimizemos os efeitos das mudanças climáticas, que
mantenhamos nosso estoque de água, essencial para a vida e para a agricultura,
que protejamos a rica biodiversidade brasileira, temos que proteger nossas
florestas.
Portanto solicitamos cordial e respeitosamente que
Vossa Excelência atue para garantir que os itens acima apontados sejam
considerados na MP 571/ 2012, aprovada pelo Senado Federal.
Atenciosamente,
Helena B. Nader
Presidente SBPC
Jacob Palis
Presidente ABC
Fonte: Manifesto socializado pelo Jornal da Ciência / SBPC, JC e-mail 4597 e
publicado pelo EcoDebate, 05/10/2012, http://www.ecodebate.com.br/2012/10/05/novo-manifesto-da-sbpc-e-abc-sobre-o-codigo-florestal-encaminhado-para-a-presidente-dilma-rousseff/
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