sábado, 28 de julho de 2012

MARINA SILVA PARTICIPA COMO CONVIDADA ESPECIAL DO COI REPRESENTANDO O BRASIL NA ABERTURA DAS OLIMPÍADAS EM LONDRES...




Londres, 28/07/2012 - A presença da ex-ministra Marina Silva na cerimônia de abertura da Olimpíada de Londres causou mal estar entre os ministros do governo de Dilma Rousseff. A participação pegou a todos de surpresa.
Marina entrou carregando a bandeira com os anéis olímpicos juntamente com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o maestro argentino Daniel Barenboim e prêmios Nobel. O convite partiu do Comitê Olímpico Internacional, sem o conhecimento do governo brasileiro, e foi mantido em sigilo. A ex-ministra é reconhecida internacionalmente por seu trabalho de defesa do meio ambiente.
A situação cria constrangimento porque Marina não tem boas relações com Dilma Rousseff e acabou encobrindo a presença da presidente do próximo país-sede da Olimpíada na cerimônia de abertura de Londres, ontem. "Marina sempre teve boa relação com as casas reais da Europa e com a aristocracia europeia", disparou o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, adversário político de Marina na polêmica do Código Florestal. "Não podemos determinar quem as casas reais escolhem, fazer o quê?"
O presidente da Câmara, Marco Maia, disse que a primeira reação foi de surpresa. Para ele, o COI deveria ter feito um melhor trabalho de comunicação com o governo brasileiro. "É óbvio que seria mais adequado por parte do COI e da organização do evento que houvesse um diálogo de forma mais concreta com o governo brasileiro para a escolha das pessoas", disse, sem deixar de reconhecer a importância do trabalho ambiental de Marina.
Para outro membro da delegação, que pediu para não ser identificado, o que o COI fez foi o equivalente a convidar um membro da oposição britânica para um evento no Brasil que tenha o governo de Londres como convidado especial.
Ao Grupo Estado, Marina explicou que só recebeu o convite na ultima terça-feira, dia 24. Sobre Dilma, insistiu em não criar polêmica, dizendo que "sentia orgulho" em ver a primeira presidente mulher do país na arquibancada do estádio olímpico.
Ontem, Dilma foi mostrada pelas câmeras oficiais por menos de cinco segundos, enquanto a entrada de Marina foi amplamente comentada, como representante da luta ambiental no mundo. O ministro do Turismo, Gastão Vieira, só ficou sabendo da presença de Marina já no Estádio Olímpico. "Foi surpresa", disse o ministro da Ciência, Marco Antonio Raupp.
Os governos do Brasil e o Reino Unido vêm mantendo relação estreita e diversas iniciativas de cooperação para a preparação dos Jogos. Mesmo assim, o relacionamento não impediu a situação de saia justa para a comitiva de Dilma em Londres. (Daniela Milanese e Jamil Chade, correspondentes).
Fonte: Estadão

segunda-feira, 23 de julho de 2012

A FLONA DE JAMANXIM...


20 de julho de 2012
Marina Silva | Folha de S. Paulo | MARINA SILVA | BR
Marina Silva
Nem mesmo a lei

Jamanxim é um cesto de palha ou cipó trançado que se adapta às costas, como mochila, usado pelos seringueiros e moradores da floresta.
Jamanxim é também o nome de uma Floresta Nacional (Flona) criada em 2006, no sul do Pará, num conjunto de medidas para conter o desmatamento que avançava sobre a Amazônia, principalmente pela BR-163. É uma Unidade de Conservação (UC) de uso sustentável estratégica. Sua função é semelhante ao jamanxim-mochila: levar para longe das correntes das motosserras os serviços ecológicos e socioambientais que presta.

Pelo que se lê nos jornais, está na mira dos ruralistas, que querem subtrair dela uma área do tamanho de três cidades de São Paulo. A Flona é pressionada de todas as formas. Grilagem, pecuária ilegal, extração de madeira, queimadas.

De 2000 a 2009, a ação antrópica cresceu de menos de 1% para mais de 10% de sua área de 1 milhão e 300 mil hectares. Mesmo assim, os relatórios técnicos indicam que ainda cumpre sua função de proteção e contenção do avanço do desmatamento.

A criação de UCs tem um rito institucional que envolve pesquisas prévias, emissão de laudos e mapas, que identificam ocupantes para desintrusão ou regularização. A devastação e a ocupação irregular feitas após a criação da unidade são, com raríssimas exceções, ações criminosas e não podem ser usadas como justificativa para reduzir a área.

As florestas nacionais são UCs que permitem atividades econômicas sustentáveis, que podem gerar trabalho e renda a grande número de famílias. Temos uma legislação que regulamenta essa exploração por meio de concessões públicas, com segurança ambiental.

Mas essa alternativa necessita do fortalecimento do Serviço Florestal Brasileiro, e o governo não demonstra muito interesse no avanço dos projetos de desenvolvimento sustentável. Retrocessos têm sido a marca na política ambiental, como vem sendo apontado por um amplo conjunto de organizações da sociedade.

Este ano começou com uma medida provisória que reduziu UCs na Amazônia para a construção de hidrelétricas. A posição frouxa do governo na discussão do Código Florestal permitiu que ele fosse completamente desfigurado para transformar-se num código agrário. E até a Constituição é desrespeitada pela AGU, que cria "legislação" permitindo que obras de infraestrutura sejam feitas em terras indígenas sem qualquer consulta.

Está clara a disposição em prosseguir com o desmonte da tessitura legal que possibilita a gestão ambiental do país. Aos amigos, tudo; aos inimigos, nem mesmo a lei. "Inimigos" são os que questionam a obsessão de trocar riquezas ambientais por ganhos imediatos de alguns negociantes.

MARINA SILVA escreve às sextas-feiras nesta coluna.
 

segunda-feira, 9 de julho de 2012

INICIADOS OS TRABALHOS PARA CRIAÇÃO DO NOVO ÓRGÃO NACIONAL DE ATER



  • 05
  • JUL/2012

ASBRAER COMPÕE GRUPO DE TRABALHO PARA ESTRUTURAR NOVO ÓRGÃO DE ATER

  • FOTO:Divulgação
Brasília - A Associação Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer) e a Frente Parlamentar de Ater, liderada pelo deputado Zé Silva, vão compor o Grupo de Trabalho encarregado de formatar o futuro órgão de Ater. O convite foi formalizado na tarde desta quarta-feira (4/7) pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, logo após a presidente Dilma Rousseff anunciar, no lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar 2012/2013, a decisão de criar uma instituição exclusiva de Ater.

“Queremos vocês (Asbraer e Frente Parlamentar de Ater) como parceiros para formarmos um grande grupo de trabalho” disse Pepe Vargas. Para o ministro, o conhecimento acumulado pela Asbraer, representante das entidades estaduais de assistência técnicas e extensão rural, será essencial para o processo de criação do órgão.

No encontro, o presidente da Asbraer, Júlio Zoé de Brito, agradeceu ao ministro o empenho do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e se colocou à disposição para a estruturação do sistema. “Temos cerca 16 mil extensionistas no campo e o conhecimento é a principal ferramenta.”

Em menos de uma semana, a proposta de criação de um sistema nacional de Ater, conforme reivindicado pelas entidades associadas à Asbraer, evoluiu de agência para um órgão, cuja configuração será definida pelo grupo de trabalho criado pelo MDA.

Na avaliação da Asbraer, essa mudança tem estreita relação com a mobilização dos extensionistas rurais de todo o país, em defesa da criação de um sistema nacional, com competência para formular as políticas e gerenciar os recursos orçamentários destinados ao setor.  Hoje, a pulverização das verbas para o financiamento dos serviços de Ater em nada contribui para ampliar e intensificar o atendimento prestado aos agricultores familiares.

Mas o interesse de estruturar os serviços de Ater, assegurando uma política exclusiva e maior volume de recursos, não é reivindicação apenas das instituições oficiais e dos dos profissionais. O mesmo desejo é compartilhado pelos movimentos sociais que atuam no campo. No lançamentodo Plano Safra, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais (Contag), Alberto Ercílio Broch, defendeu diante da  presidente Dilma o fortalecimento dos serviços de Ater. Segundo ele, o trabalho da assistência técnica e extensão rural é essencial para o desenvolvimento unidades familiares. Por meio dos profissionais de Ater, os agricultores têm acesso às políticas públicas definidas pelos governos federal, estadual e municipais. Além disso, são os extensionistas que levam aos pequenos agricultores os avanços nas técnicas de produção.

Além do presidente da Asbraer, Júlio Zoé de Brito, participaram do encontro com o ministro Pepe Vargas, o presidente da Emater do Distrito Federal, e diretor da Região Centro-Oeste, José Guilherme; o presidente da Emater Minas Gerais e diretor da Região Sudeste, Marcelo Lana; o presidente da Emater da Paraíba, Giovani Medeiros; o presidente do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e do Conselho Nacional dos Sistemas de Pesquisa Agropecuária (Consepa), Evair Vieira de Melo; e Valter Bianchini, do Paraná. Estavam também o deputado Zé Silva (MG), presidente da Frente Parlamentar de Ater; o deputado Junji Abe (SP), coordenador da Frente Parlamentar de Hortifrutigranjeiros; o deputado César Halum (TO), coordenador  da Frente Parlamentar de Energia Elétrica; os deputados Celso Maldani, Jesus Rodrigues, Alceu Moreira e Jorge Silva, o secretário de Agricultura Familiar do MDA, Laudemir Müller, e o diretor do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural (Dater/MDA),  Argileu Martins.
Fonte: IPA (Instituto Agronômico de Pernambuco)

terça-feira, 3 de julho de 2012

DILMA DIZ QUE PRETENDE RECRIAR ENTIDADE FEDERAL (UMA AGÊNCIA NACIONAL) DE EXTENSÃO RURAL


A presidente Dilma Rousseff disse ontem (28), no lançamento do Plano Safra 2012/13, que o governo federal pretende criar uma agência para cuidar da área de assistência técnica e extensão rural. O papel desse tipo de entidade é dar apoio técnico e levar tecnologia aos agricultores e pecuaristas.
"Temos uma certa fragilidade na área de assistência técnica e extensão rural. O governo está construindo uma política para essas áreas e estamos pensando na criação de uma agência capaz de providenciar e disseminar as melhores práticas a partir de protocolos e pacotes tecnológicos, criando e especializando um grupo de agentes públicos que terá ligação com os órgãos de extensão estaduais e cooperativas. Esse talvez seja um dos maiores desafios do meu governo", disse ela na cerimônia.
Entre os anos 70 e 90, o País contou com a Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Embrater). Extinta a agência, a responsabilidade ficou a cargo dos Estados, mas as poucas empresas de extensão rural estaduais existentes têm atuação restrita por orçamentos pequenos.
A falta desses serviços é apontada por especialistas como um fator limitante para a produtividade agropecuária brasileira, já que muitas tecnologias disponíveis ficam "nas prateleiras" e não chegam até a ponta dos produtores. O assunto foi abordado na série especial do Sou Agro sobre "Onze maneiras para alimentar 7 bilhões"
Ao fim da cerimônia, o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, disse que a assistência e extensão merecem um órgão específico, assim como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) está para a área de pesquisas. Segundo ele, a ideia é que os dois órgãos atuem de forma articulada.
Dilma disse também que o governo trabalha em um Plano Nacional de Armazenagem. Estima-se que o Brasil tenha capacidade de armazenar apenas 70% de sua safra, enquanto a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) recomenda uma capacidade pelo menos 10% superior à produção anual.
Fonte: http://www.aviculturaindustrial.com.br