quarta-feira, 16 de abril de 2014

RELATÓRIO DO IPCC MOSTRA INTENSIFICAÇÃO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS...

Quinto relatório do IPCC mostra intensificação das mudanças climáticas

27/09/2013
Por Karina Toledo, de Londres
Agência FAPESP – Caso as emissões de gases do efeito estufa continuem crescendo às atuais taxas ao longo dos próximos anos, a temperatura do planeta poderá aumentar até 4,8 graus Celsius neste século – o que poderá resultar em uma elevação de até 82 centímetros no nível do mar e causar danos importantes na maior parte das regiões costeiras do globo.
O alerta foi feito pelos cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), da Organização das Nações Unidas (ONU), que divulgaram no dia 27 de setembro, em Estocolmo, na Suécia, a primeira parte de seu quinto relatório de avaliação (AR5). Com base na revisão de milhares de pesquisas realizadas nos últimos cinco anos, o documento apresenta as bases científicas da mudança climática global.
De acordo com Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) e um dos seis brasileiros que participaram da elaboração desse relatório, foram simulados quatro diferentes cenários de concentrações de gases de efeito estufa, possíveis de acontecer até o ano de 2100 – os chamados “Representative Concentration Pathways (RCPs)”.
“Para fazer a previsão do aumento da temperatura são necessários dois ingredientes básicos: um modelo climático e um cenário de emissões. No quarto relatório (divulgado em 2007) também foram simulados quatro cenários, mas se levou em conta apenas a quantidade de gases de efeito estufa emitida. Neste quinto relatório, nós usamos um sistema mais completo, que leva em conta os impactos dessas emissões, ou seja, o quanto haverá de alteração no balanço de radiação do sistema terrestre”, explicou Artaxo, que está em Londres para a FAPESP Week London, onde participou de um painel sobre mudança climática.
O balanço de radiação corresponde à razão entre a quantidade de energia solar que entra e que sai de nosso planeta, indicando o quanto ficou armazenada no sistema terrestre de acordo com as concentrações de gases de efeito estufa, partículas de aerossóis emitidas e outros agentes climáticos.
O cenário mais otimista prevê que o sistema terrestre armazenará 2,6 watts por metro quadrado (W/m2) adicionais. Nesse caso, o aumento da temperatura terrestre poderia variar entre 0,3 °C e 1,7 °C de 2010 até 2100 e o nível do mar poderia subir entre 26 e 55 centímetros ao longo deste século.
“Para que esse cenário acontecesse, seria preciso estabilizar as concentrações de gases do efeito estufa nos próximos 10 anos e atuar para sua remoção da atmosfera. Ainda assim, os modelos indicam um aumento adicional de quase 2 °C na temperatura – além do 0,9 °C que nosso planeta já aqueceu desde o ano 1750”, avaliou Artaxo.
O segundo cenário (RCP4.5) prevê um armazenamento de 4,5 W/m2. Nesse caso, o aumento da temperatura terrestre seria entre 1,1 °C e 2,6 °C e o nível do mar subiria entre 32 e 63 centímetros. No terceiro cenário, de 6,0 W/m2, o aumento da temperatura varia de 1,4 °C até 3,1 °C e o nível do mar subiria entre 33 e 63 centímetros.
Já o pior cenário, no qual as emissões continuam a crescer em ritmo acelerado, prevê um armazenamento adicional de 8,5 W/m2. Em tal situação, segundo o IPCC, a superfície da Terra poderia aquecer entre 2,6 °C e 4,8 °C ao longo deste século, fazendo com que o nível dos oceanos aumente entre 45 e 82 centímetros.
“O nível dos oceanos já subiu em média 20 centímetros entre 1900 e 2012. Se subir outros 60 centímetros, com as marés, o resultado será uma forte erosão nas áreas costeiras de todo o mundo. Rios como o Amazonas, por exemplo, sofrerão forte refluxo de água salgada, o que afeta todo o ecossistema local”, disse Artaxo.
Segundo o relatório AR5 do IPCC, em todos os cenários, é muito provável (90% de probabilidade) que a taxa de elevação dos oceanos durante o século 21 exceda a observada entre 1971 e 2010. A expansão térmica resultante do aumento da temperatura e o derretimento das geleiras seriam as principais causas.
O aquecimento dos oceanos, diz o relatório, continuará ocorrendo durante séculos, mesmo se as emissões de gases-estufa diminuírem ou permanecerem constantes. A região do Ártico é a que vai aquecer mais fortemente, de acordo com o IPCC.
Segundo Artaxo, o aquecimento das águas marinhas tem ainda outras consequências relevantes, que não eram propriamente consideradas nos modelos climáticos anteriores. Conforme o oceano esquenta, ele perde a capacidade de absorver dióxido de carbono (CO2) da atmosfera. Se a emissão atual for mantida, portanto, poderá haver uma aceleração nas concentrações desse gás na atmosfera.
“No relatório anterior, os capítulos dedicados ao papel dos oceanos nas mudanças climáticas careciam de dados experimentais. Mas nos últimos anos houve um enorme avanço na ciência do clima. Neste quinto relatório, por causa de medições feitas por satélites e de observações feitas com redes de boias – como as do Projeto Pirata que a FAPESP financia no Atlântico Sul –, a confiança sobre o impacto dos oceanos no clima melhorou muito”, afirmou Artaxo.
Acidificação dos oceanos
Em todos os cenários previstos no quinto relatório do IPCC, as concentrações de CO2 serão maiores em 2100 em comparação aos níveis atuais, como resultado do aumento cumulativo das emissões ocorrido durante os séculos 20 e 21. Parte do CO2 emitido pela atividade humana continuará a ser absorvida pelos oceanos e, portanto, é “virtualmente certo” (99% de probabilidade) que a acidificação dos mares vai aumentar. No melhor dos cenários – o RCP2,6 –, a queda no pH será entre 0,06 e 0,07. Na pior das hipóteses – o RCP8,5 –, entre 0,30 e 0,32.
“A água do mar é alcalina, com pH em torno de 8,12. Mas quando absorve CO2 ocorre a formação de compostos ácidos. Esses ácidos dissolvem a carcaça de parte dos microrganismos marinhos, que é feita geralmente de carbonato de cálcio. A maioria da biota marinha sofrerá alterações profundas, o que afeta também toda a cadeia alimentar”, afirmou Artaxo.
Ao analisar as mudanças já ocorridas até o momento, os cientistas do IPCC afirmam que as três últimas décadas foram as mais quentes em comparação com todas as anteriores desde 1850. A primeira década do século 21 foi a mais quente de todas. O período entre 1983 e 2012 foi “muito provavelmente” (90% de probabilidade) o mais quente dos últimos 800 anos. Há ainda cerca de 60% de probabilidade de que tenha sido o mais quente dos últimos 1.400 anos.
No entanto, o IPCC reconhece ter havido uma queda na taxa de aquecimento do planeta nos últimos 15 anos – passando de 0,12 °C por década (quando considerado o período entre 1951 e 2012) para 0,05°C (quando considerado apenas o período entre 1998 e 2012).
De acordo com Artaxo, o fenômeno se deve a dois fatores principais: a maior absorção de calor em águas profundas (mais de 700 metros) e a maior frequência de fenômenos La Niña, que alteram a taxa de transferência de calor da atmosfera aos oceanos. “O processo é bem claro e documentado em revistas científicas de prestígio. Ainda assim, o planeta continua aquecendo de forma significativa”, disse.
Há 90% de certeza de que o número de dias e noites frios diminuíram, enquanto os dias e noites quentes aumentaram na escala global. E cerca de 60% de certeza de que as ondas de calor também aumentaram. O relatório diz haver fortes evidências de degelo, principalmente na região do Ártico. Há 90% de certeza de que a taxa de redução da camada de gelo tenha sido entre 3,5% e 4,1% por década entre 1979 e 2012.
As concentrações de CO2 na atmosfera já aumentaram mais de 20% desde 1958, quando medições sistemáticas começaram a ser feitas, e cerca de 40% desde 1750. De acordo com o IPCC, o aumento é resultado da atividade humana, principalmente da queima de combustíveis fósseis e do desmatamento, havendo uma pequena participação da indústria cimenteira.
Para os cientistas há uma “confiança muito alta” (nove chances em dez) de que as taxas médias de CO2, metano e óxido nitroso do último século sejam as mais altas dos últimos 22 mil anos. Já mudanças na irradiação solar e a atividade vulcânica contribuíram com uma pequena fração da alteração climática. É “extremamente provável” (95% de certeza) de que a influência humana sobre o clima causou mais da metade do aumento da temperatura observado entre 1951 e 2010.
“Os efeitos da mudança climática já estão sendo sentidos, não é algo para o futuro. O aumento de ondas de calor, da frequência de furacões, das inundações e tempestades severas, das variações bruscas entre dias quentes e frios provavelmente está relacionado ao fato de que o sistema climático está sendo alterado”, disse Artaxo.
Impacto persistente
Na avaliação do IPCC, muitos aspectos da mudança climática vão persistir durante muitos séculos mesmo se as emissões de gases-estufa cessarem. É “muito provável” (90% de certeza) que mais de 20% do CO2 emitido permanecerá na atmosfera por mais de mil anos após as emissões cessarem, afirma o relatório.
“O que estamos alterando não é o clima da próxima década ou até o fim deste século. Existem várias publicações com simulações que mostram concentrações altas de CO2 até o ano 3000, pois os processos de remoção do CO2 atmosférico são muito lentos”, contou Artaxo.
Para o professor da USP, os impactos são significativos e fortes, mas não são catastróficos. “É certo que muitas regiões costeiras vão sofrer forte erosão e milhões de pessoas terão de ser removidas de onde vivem hoje. Mas claro que não é o fim do mundo. A questão é: como vamos nos adaptar, quem vai controlar a governabilidade desse sistema global e de onde sairão recursos para que países em desenvolvimento possam construir barreiras de contenção contra as águas do mar, como as que já estão sendo ampliadas na Holanda. Quanto mais cedo isso for planejado, menores serão os impactos socioeconômicos”, avaliou.
Os impactos e as formas de adaptação à nova realidade climática serão o tema da segunda parte do quinto relatório do IPCC, previsto para ser divulgado em janeiro de 2014. O documento contou com a colaboração de sete cientistas brasileiros. Outros 13 brasileiros participaram da elaboração da terceira parte do AR5, que discute formas de mitigar a mudança climática e deve sair em março.
De maneira geral, cresceu o número de cientistas vindos de países em desenvolvimento, particularmente do Brasil, dentro do IPCC. “O Brasil é um dos países líderes em pesquisas sobre mudança climática atualmente. Além disso, o IPCC percebeu que, se o foco ficasse apenas nos países desenvolvidos, informações importantes sobre o que está acontecendo nos trópicos poderiam deixar de ser incluídas. E é onde fica a Amazônia, um ecossistema-chave para o planeta”, disse Artaxo.
No dia 9 de setembro, o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) divulgou o sumário executivo de seu primeiro Relatório de Avaliação Nacional (RAN1). O documento, feito nos mesmos moldes do relatório do IPCC, indica que no Brasil o aumento de temperatura até 2100 será entre 1 °C e 6 °C, em comparação à registrada no fim do século 20. Como consequência, deverá diminuir significativamente a ocorrência de chuvas em grande parte das regiões central, Norte e Nordeste do país. Nas regiões Sul e Sudeste, por outro lado, haverá um aumento do número de precipitações.
“A humanidade nunca enfrentou um problema cuja relevância chegasse perto das mudanças climáticas, que vai afetar absolutamente todos os seres vivos do planeta. Não temos um sistema de governança global para implementar medidas de redução de emissões e verificação. Por isso, vai demorar ainda pelo menos algumas décadas para que o problema comece a ser resolvido”, opinou Artaxo.
Para o pesquisador, a medida mais urgente é a redução das emissões de gases de efeito estufa – compromisso que tem de ser assumido por todas as nações. “A consciência de que todos habitamos o mesmo barco é muito forte hoje, mas ainda não há mecanismos de governabilidade global para fazer esse barco andar na direção certa. Isso terá que ser construído pela nossa geração”, concluiu. 
Fonte: http://agencia.fapesp.br/17944

segunda-feira, 14 de abril de 2014

MUNDANÇAS CLIMÁTICAS E A INSUFICIÊNCIA DAS AÇÕES MITIGADORAS ADOTADAS E REALIZADAS PELOS SERES HUMANOS...

Relatório da ONU vê ações contra mudança climática como insuficientes
CLIPPING
A terceira e última parte do quinto Relatório de Avaliação feita por cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) afirma que são necessárias mais ações para cortar as emissões de gases de efeito estufa para limitar o aquecimento do planeta a 2ºC até 2100.
Segundo os cientistas, é preciso abandonar os combustíveis fósseis poluentes e utilizar fontes mais limpas para evitar o efeito estufa, que poderá provocar um aumento da temperatura do planeta entre 3,7ºC e 4,8ºC antes de 2100, o que seria um nível catastrófico.
“Há uma clara mensagem da ciência: para evitar uma interferência perigosa com o sistema climático, temos que deixar de continuar operando igual”, explicou Ottmae Edenhofer, copresidente do Painel Intergovernamental de Especialistas sobre Mudança Climática (IPCC) da ONU, que elaborou o documento.
O documento chamado de “Sumário para os Formuladores de Políticas”, divulgado neste domingo (13), em Berlim, apresenta ideias de como limitar o impacto das alterações do clima a partir da análise de 900 modelos econômicos, formulados por governos e pesquisadores, além dos resultados das negociações sobre o clima.
Segundo a brasileira Suzana Kahn Ribeiro, vice-presidente do grupo de mitigação do IPCC e uma das autoras do novo capítulo, o texto quer chamar a atenção de governantes para a inércia climática. “Se não tiver uma atitude drástica, não tem a menor chance de limitar em 2ºC até o final do século”, disse ela.
Emissões mais altas – De acordo com o sumário, é “altamente confiável” que entre 2000 e 2010 houve um crescimento anual de 2,2% das emissões de gases de efeito estufa no mundo. E isso teria ocorrido mesmo com o conhecimento prévio de que entre 1970 e 2000 as emissões haviam aumentado 1,3% ao ano.
O texto diz ainda que 80% dos lançamentos ocorridos entre 2000 e 2010 vieram da queima de combustíveis fósseis, principalmente da geração de energia e indústria.
Principais ações – De acordo com as previsões do relatório, até 2050 o setor de energia deve emitir o dobro ou talvez o triplo da quantidade de gases em comparação às 14 gigatoneladas de CO2 equivalente lançadas em 2010. Por isso, “descarbonizar” a geração de eletricidade é um componente chave para o funcionamento das estratégias de redução de emissões.
O texto afirma que é preciso investir em formas alternativas que usem o vento, o sol e a água para gerar energia. Há ainda uma discussão em torno da matriz nuclear, considerada pelos cientistas uma tecnologia de baixo carbono, mas com barreiras operacionais e de segurança, necessitando, desta forma, mais progressos em pesquisas.
Na área de transportes, o relatório sugere a necessidade de diversificar os modais, com maior investimento em meios de massa, como trens e ônibus, e pede incentivos no desenvolvimento de combustíveis menos poluentes e veículos que usem a eletricidade.
No setor de construção, o documento menciona avanços tecnológicos para redução de gases, principalmente em países em desenvolvimento, que contribuíram para a estabilização ou redução de emissões. No trecho que trata da indústria, o IPCC sugere um corte de 25% nas emissões em comparação aos níveis atuais com a implementação de inovações tecnológicas.
Sobre uso da terra, agricultura e florestas, o relatório indica um declínio de emissões nessas áreas, principalmente pela diminuição do desmatamento. Os cientistas apontam que boas práticas na agricultura, a conservação de florestas e a recuperação de áreas degradadas são formas efetivas de mitigar a mudança climática.
Brasil na contramão – Apesar dos cientistas apontarem a inovação no setor de energia como forma de reduzir as emissões de carbono, Suzana comenta que o Brasil segue atualmente na contramão ao não aumentar a participação de fontes renováveis e ainda acionar termelétricas para aumentar a oferta de eletricidade do país.
Dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) divulgados na semana passada apontam que o uso da energia térmica no Brasil aumentou 11% entre fevereiro de 2013 e 2014. O baixo nível dos reservatórios utilizados pelo sistema hidrelétrico obrigou o país a acionar as termelétricas, que geram energia por meio da queima de combustíveis como óleo, gás, carvão e biomassa.
“Tirando a parte de desmatamento, floresta e agricultura, não temos um programa forte de eficiência energética, transporte de massa, com incentivos ao transporte individual”, disse ela.
Previsões científicas – As informações são complementares a dois outros capítulos do relatório, divulgados em setembro de 2013 e março de 2014.
O primeiro capítulo afirmava que há mais de 95% (extremamente provável) de chance de que o homem tenha causado mais de metade da elevação média de temperatura registrada entre 1951 e 2010, que está na faixa entre 0,5 a 1,3 grau.
Sobre as previsões, a primeira parte trouxe também a informação de que há ao menos 66% de chance de a temperatura global aumentar pelo menos 2ºC até 2100 em comparação aos níveis pré-industriais (1850 a 1900). Isso se a queima de combustíveis fósseis continuar no ritmo atual e sem o cumprimento de políticas climáticas já existentes.
Os 259 pesquisadores-autores de várias partes do mundo, incluindo o Brasil, estimaram ainda que, no pior cenário possível de emissões, o nível do mar pode aumentar 82 centímetros, prejudicando regiões costeiras do planeta, e que o gelo do Ártico pode retroceder até 94% durante o verão no Hemisfério Norte.
Impactos e adaptação – Já o segundo capítulo, lançado no fim de março, concluiu que são “altamente confiáveis” as previsões de que danos residuais ligados a eventos naturais extremos ocorram em diferentes partes do planeta na segunda metade deste século. E isso deve acontecer mesmo se houver corte substancial de emissões nos próximos anos.
O texto aponta que populações pobres de regiões costeiras podem sofrer com o aumento do nível do mar, altas temperaturas acentuariam o risco de insegurança alimentar e que áreas tropicais da África, América do Sul e da Ásia devem sofrer com inundações causadas pelo excesso de tempestades.
O documento afirma também que há fortes evidências de uma redução da oferta de água potável em territórios subtropicais secos, o que aumentaria disputas pelo uso de bacias hidrográficas, além de uma possível perda de espécies de plantas e animais pela pressão humana, como a poluição e o desmatamento de florestas.
Todo o conteúdo vai servir de base para as Conferências das Partes, as COPs, que ocorrem todos os anos e reúnem países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês). É nessa reunião que se desenhará um novo acordo global que vai obrigar todas as nações a cortar suas emissões de gases de efeito estufa e, com isso, frear o aquecimento global. (Fonte:G1)
Fonte: Redebrasil

domingo, 6 de abril de 2014

PARA REFLETIR...



https://youtu.be/WfGMYdaICIU


http://www.conselhosdoheman.com.br/2014/04/a-crueldade-do-ser-humano-representada.html


A CRUELDADE DO SER HUMANO REPRESENTADA EM UM VÍDEO....

quarta-feira, 2 de abril de 2014

COMO SE PODE VER, O SOLO, O MAR, OS RIOS E O CLIMA DA TERRA NÃO OBEDECEM ÀS FRONTEIRAS TERRITORIAIS GEOPOLÍTICAS INVENTADAS PELO SER HUMANO...

Antártica: geleiras derretem 77% mais rápido que há 40 anos

As geleiras da Antártica estão derretendo 77% mais rápido do que há 40 anos, segundo informações publicadas pelo Daily Mail.
Segundo a publicação, seis geleiras foram responsáveis ​​por 10% da elevação do nível do mar do mundo entre 2005 e 2010, aponta relatório realizado pela Universidade da Califórnia.
Os pesquisadores estudaram rachaduras nas geleiras para calcular a descarga de gelo.
A aceleração do fluxo da geleira também está sendo auxiliado por águas mais quentes do oceano, o que pode significar que as plataformas de gelo são menos resistentes às correntes marítimas, de acordo com o jornal. (Fonte: Terra)

Clima global explica aumento de gelo no entorno da Antártida

Quando se trata de gelo, os dois polos do planeta vivem situações distintas: enquanto no Norte ele derrete em velocidade vertiginosa, na Antártida, algumas regiões tiveram até um aumento.
Um paradoxo que intrigou cientistas e serviu de argumento para aqueles que negam o aquecimento global da Terra.
Recentemente, no entanto, uma série de estudos sobre o assunto tem indicado que o aumento de gelo nos arredores da Antártida, por mais estranho que possa parecer, indica estar ligado justamente ao aumento da temperatura no mundo e a seus desdobramentos.
“O cenário de um planeta mais quente está produzindo respostas muito sensíveis nos dois polos, algumas até conflitantes. Mas são fenômenos interligados”, explica o climatologista Francisco Eliseu Aquino, chefe do departamento de Geografia da Universidade Federal do Sul e especialista em Antártida.
O modo com que as mudanças climáticas atuam em cada região polar está intimamente ligado a diferenças geográficas entre os hemisférios. No Ártico, há um oceano cercado por continentes. Na Antártida, há um isolamento maior, sendo um continente cercado por oceanos.
Essas diferenças na distribuição da terra e da água nas duas regiões polares contribuem para que eles tenham padrões, a curto e longo prazo, de circulação atmosférica e oceânica e cobertura de gelo marinho diferentes.
Sem comemorações – Dados da Organização Meteorológica Mundial e de outras organizações que monitoram o clima no planeta confirmam que as duas últimas décadas foram de aquecimento consistente em boa parte do globo. E há sinais de alterações em várias dinâmicas climáticas que acabam refletindo nos polos.
O aumento do gelo do entorno do continente não significa que esteja tudo bem. Outras regiões, especialmente a península Antártica, tiveram redução significativa. Ou seja, basicamente, houve uma redistribuição do gelo.
“Na península, as geleiras estão derretendo, a temperatura está mais alta, animais e plantas já conseguem migrar mais para o Sul, habitando áreas que até então não eram possíveis. É um cenário preocupante”, enumera Jefferson Cardia Simões, Jefferson Simões, diretor do Centro Polar e Climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Nos últimos dois anos, uma série de artigos têm jogado uma luz no comportamento distinto do gelo que cerca o continente.
Uma das principais influências está relacionada à variação na pressão atmosférica causada pelo aquecimento global, que aumenta o gradiente de pressão entre as baixas e altas latitudes.
A pressão teve um aumento em latitudes subtropicais, enquanto, na periferia da Antártida, ela ficou mais baixa. Como resultado, os ventos na região se tornaram ainda mais intensos.
Mais ventos e mais tempestades acabaram formando mais gelo no cinturão em torno do continente.
O derretimento das geleiras da península também contribui para o fenômeno, jogando no oceano grandes quantidades de água mais doce e fria, o que facilita seu congelamento na periferia. Para completar, existe ainda a interação com os oceanos de fora.
Há tempos os cientistas sabem que alterações na temperatura do Pacífico têm influencia no continente, mas, um estudo publicado há pouco mais de um mês na “Nature” em janeiro mostrou que mudanças nas águas do Atlântico também têm relação com a redistribuição do gelo antártico.
“O clima na Antártida é complexo e tem muitas interações como o resto do mundo que precisam ser bem compreendidas” completa Francisco Aquino, da UFGRS. (Fonte: Folha.com)

OMM: As altas temperaturas de 2013 confirmam o aquecimento global

O ano 2013 foi, junto com 2007, o sexto mais quente desde meados do século XIX, informou nesta segunda-feira a Organização Mundial da Meteorologia (OMM), segundo a qual este aumento de temperatura confirma que o aquecimento global, e portanto a mudança climática, está ocorrendo “sem lugar de dúvidas”.
“Temos que levar em conta que em 2013 não ocorreu o fenômeno El Ninõ, que tende a aquecer mais o planeta. E apesar da ausência desse fenômeno, tivemos um aumento da temperatura global, isto demonstra que o aquecimento global está ocorrendo”, afirmou em entrevista coletiva o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud.
El Niño, e seu fenômeno oposto, La Niña, são responsáveis pelo aquecimento e esfriamento de extensas zonas do mar, respectivamente, e contribuem para o aumento das temperaturas do ar.
Jarraud apresentou hoje a “Declaração sobre o Estado do Clima de 2013″, elaborada pela OMM e que contém detalhes sobre precipitações, inundações, secas, ciclones tropicais, a cobertura de gelo e o nível do mar em escala regional.
Tanto em 2013 como em 2007, as temperaturas da superfície do oceano e da terra foram superiores em 0,50 graus centígrados a média de 1961 a 1990, e 0,03 graus centígrados mais altas que a média da década mais recente (2001-2010).
Estes dados deixam sem argumentos os que ainda rebatem o fenômeno da mudança climática, explicou Jarraud, que disse que 13 dos 14 anos mais quentes dos quais se têm dados foram registrados no século XXI.
Os mais calorosos de todos foram 2005 e 2010, com temperaturas mundiais superiores em 0,55 graus centígrados à média a longo prazo.
“De fato, cada década em meio século é mais quente que a precedente”, afirmou Jarraud, que acrescentou que o aquecimento do ar ano a ano é menor do que se esperava, o que é algo muito positivo, mas o dos oceanos está crescendo.
Os oceanos constituem uma proteção eficaz do sistema climático ao absorver e armazenar uma grande quantidade do excesso de carbono e de calor da atmosfera.
O relatório revela que ao redor de 93% do excesso de calor apanhado pelo sistema terrestre entre 1971 e 2010 foi absorvido pelos oceanos.
Antes do ano 2000, a maior parte do calor ficava entre os 700 metros de profundidade e a superfície; e desde então o calor foi armazenado entre os 700 metros e os 2000 metros, o que já causou danos nos corais, mariscos e em outros tipos de vida marinha.
“Mas há outras consequências negativas. Por exemplo, na zona onde se gerou o tufão Haiyan (também conhecido como Yolanda), uma das tempestades mais intensas que tocaram a terra, e que devastou partes do centro das Filipinas, o nível do mar subiu 35 centímetros nos últimos 50 anos, e isso tem efeitos inegáveis”, declarou Jarraud.
Em escala mundial, o nível do mar subiu em 19 centímetros desde o início do século XX, devido principalmente ao aumento da temperatura e ao degelo das geleiras.
Por outro lado, em 2013 as temperaturas altas mais extremas se registraram na Austrália, que viveu o ano mais quente que se tenham dados.
A OMM lembrou hoje que, em geral, o hemisfério sul sofreu com uma onda de calor muito intensa no ano passado que provocou fenômenos extremos e aparentemente opostos.
Cabe lembrar que, por exemplo, em 2013 o nordeste do Brasil padeceu de uma seca devastadora, e o planalto brasileiro sofreu o maior déficit de chuva desde 1979, enquanto o sudeste do país sofreu intensas chuvas.
A Argentina, por sua vez, experimentou um período extremamente quente de outubro a dezembro, incluindo o dezembro mais caloroso desde que são feitas as estatísticas, o que contribuiu para que 2013 fora o segundo ano mais quente (após 2012) desde que se têm dados. (Fonte: Terra)

Cientistas do país estudam interação entre a Antártica e a Amazônia


  • É difícil imaginar que a Antártica, a maior massa de gelo do planeta, possa interferir no clima de um país tropical como o Brasil, mas a verdade é que o continente gelado influencia e é influenciado especialmente pelo que acontece na América do Sul, inclusive na Amazônia, causando secas na região e recebendo a poluição gerada ali.
“A grande vantagem de se estudar a Antártica é que a região ainda não sofreu [tantas] intervenções humanas, o que permite investigar como e porque as mudanças ocorrem”, explicou Leonardo Duarte Batista da Silva, 42 anos, coordenador do curso de pós-graduação em Engenharia Agrícola e Ambiental da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Silva faz parte de um grupo de estudos que realiza, neste verão antártico, pesquisas sobre os criossolos (solos congelados) e os impactos que sofrem com as mudanças climáticas.
De acordo com Heitor Evangelista, cientista da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), “tudo o que é produzido nos continentes, decorrente de atividades industriais, vulcanismo, uso do solo, chega à Antártica. Cerca de 80% do que chega à Antártica (como poluição, fragmentos de queimadas) vem da América do Sul, 10% vem da Austrália e outros 10% do resto do mundo”, conta.
“A gente tem uma ideia equivocada de que a Antártica só exporta frentes frias, correntes marinhas frias. Mas ela também recebe muita influência. Existe, na verdade, um sistema de trocas entre os subtrópicos e as zonas polares globais”, prosseguiu.
Fascínio pelo frio – Esta influência, sentida claramente nas ondas de frio e nas chuvas que chegam ao Brasil, pode ser um dos fatores para explicar o fascínio que a Antártica desperta em cientistas de um país tropical. Segundo cifras oficiais, na última década, uma média anual de 250 pesquisadores de universidades brasileiras desenvolveu projetos científicos na Antártica, em campos tão distintos quanto ciências atmosféricas, biologia e geologia, entre outros.
Há dois anos, Evangelista e o professor Jefferson Simões, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), implantaram no interior do continente gelado o Criosfera 1, primeiro posto científico avançado do Brasil na Antártica, 3.000 km ao sul da estação brasileira Comandante Ferraz, situada nas ilhas Shetland do Sul.
Distante 500 km do Polo Sul, o módulo, movido a energias solar e eólica, conta com uma equipe reduzida de quatro cientistas, que se dedica a pesquisas em áreas como microbiologia, clima, gases de efeito estufa e raios cósmicos.
Simbiose entre a Amazônia e Antártica – Em seus estudos no continente gelado, Evangelista, ao lado do biólogo brasileiro Marcio Cataldo e de outros cientistas do British Antarctic Survey viram que o aumento dos ventos no centro da Antártica pode afetar o clima na região amazônica.
Segundo observaram, a redução da camada de ozônio sobre o Polo Sul provoca um resfriamento na estratosfera (alta atmosfera) na região central da Antártica, enquanto ao seu redor as temperaturas se mantêm mais quentes por ação dos gases de efeito estufa.
Este contraste entre calor e frio aumenta a intensidade dos ventos da região, conhecidos como “westerly winds”, alterando toda a estrutura de ventos no Atlântico Sul, afetando, por fim, o clima na Amazônia. Uma das consequências deste fenômeno seria a intensificação das secas na floresta.
De acordo com Evangelista, um estudioso do paleoclima (passado do clima) na Antártica, a interação entre gelo e floresta é muito antiga. Segundo ele, análises de sedimentos demonstraram que há 5.000 anos já ocorreu uma seca severa relacionada com o clima antártico.
“Estudar o gelo na Antártica é, de certa forma, estudar o passado da América do Sul”, disse Evangelista, lembrando que estudos anteriores com isótopos de carbono já demonstraram um fenômeno climático similar no Lago Titicaca, na fronteira entre o Peru e a Bolívia. (Fonte: G1)

Poeira de tempestade de areia no Saara chega até o Reino Unido

Uma tempestade de areia no Deserto do Saara, no norte da África, fez chegar poeira até o sul da Inglaterra neste fim de semana. O material particulado percorreu mais de 3 mil quilômetros, de acordo com o Met Office, a instituição meteorológica oficial do Reino Unido.
Vários britânicos publicaram em redes sociais fotos de seus carros cobertos de poeria vermelha. A areia do deserto consegue viajar tão longe como a Europa quando as tempestades são combinadas com ventos no sentido norte. Ela pode ser soprada em outras direções. É sabido, por exemplo, que areia do Saara pode chegar até a Amazônia, contribuindo inclusive para as chuvas na região, pois em torno dos grãos formam-se gotas a partir do vapor d’água. (Fonte: G1)

Nuvem de areia do Saara encobre a Alemanha

Uma nuvem carregada de areia do deserto do Saara encobriu a Alemanha. A maior concentração foi medida nesta sexta-feira (4), a quatro quilômetros de altitude nas regiões oeste e central do país, segundo o Serviço Meteorológico Alemão (DWD). A previsão é de que o fenômeno continue até domingo.
A areia do deserto pode ser percebida como uma névoa amarelada durante o nascer do sol. Durante o dia, a poeira é visível apenas como uma nebulosidade perto do solo, por exemplo, quando se observa uma montanha de longe. As partículas medem entre cinco e dez micrômetros.
Na estação meteorológica localizada em Hohenpeissenberg, na Baviera, meteorologistas mediram uma concentração próxima ao solo de cerca de 35 microgramas por metro cúbico.
“Essa quantidade é três vezes maior que a média anual da concentração de partículas inaláveis, mas para uma nuvem de poeira do Saara está no nível normal”, afirma Harald Flentje, do DWD, à DW Brasil.
Areia viajante – Cerca de uma vez por mês, partículas de poeira do Saara viajam pela atmosfera e chegam à Alemanha, passando por Marrocos e França – mas em uma concentração bem menor que a atual. Esse fenômeno é típico na primavera e no verão. A nuvem é trazida com ar quente que vem do norte da África para a Alemanha.
“Desta vez, a duração que essa tempestade se manteve estável foi atípica, pois não houve uma forte dinâmica climática para que ela passasse mais rápido”, explica Flentje.
Segundo o pesquisador, a poeira do Saara na atual concentração não representa riscos para a população. Por outro lado, quando combinada com outros fatores, pode contribuir para desencadear crises em quem sofre de asma ou problemas circulatórios.
Além da Alemanha, a nuvem de poeira paira atualmente sobre Bélgica, Luxemburgo, Holanda, o norte da França e o sul da Inglaterra.
Viagem mais longa – Uma tempestade de areia nas dunas do Saara traz consequências para todo o meio ambiente. Os ventos podem transportar até 100 milhões de partículas de poeira pelo ar – e isso ao longo de grandes distâncias, podendo chegar até a América do Sul, carregando nutrientes para a Floresta Amazônica.
Cerca de 1,5 bilhão de partículas de poeira mineral pairam na atmosfera terrestre, 60 % delas provenientes do Saara. As nuvens de poeira podem chegar a uma extensão de 500 mil quilômetros quadrados – uma área tão grande como a Espanha.
Segundo pesquisas feitas no Instituto de Pesquisa da Troposfera, em Leipzig, na Alemanha, a poeira também age como uma proteção: ela filtra a passagem de cerca de um quarto da luz solar. No deserto, ela impede o superaquecimento do solo. (Fonte: Terra)

Aquecimento global ameaça café no Brasil, diz relatório da ONU

Alimento mais consumido pelo brasileiro, à frente do arroz e do feijão, o popular cafezinho pode perder o lugar cativo nas mesas de todo o país devido às mudanças climáticas.
Dados da segunda parte do quinto relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês), divulgada neste domingo (30), revelam que o aumento da temperatura média global pode reduzir as áreas destinadas ao cultivo do grão, especialmente o da variação arábica, que responde por 70% da demanda global.
O impacto seria maior em países como o Brasil, maior produtor e exportador mundial de café. Hoje, uma a cada três xícaras de café consumidas no mundo é produzida em solo brasileiro.
Outros alimentos, como cacau e chá, também poderiam ser severamente afetados pela onda de calor.
Baseado em uma compilação de estudos já publicados sobre o efeito do aquecimento global na produção de café, o relatório, divulgado em Yokohama, no Japão, aponta que a combinação de altas temperaturas e escassez de recursos hídricos diminuiria consideravelmente o cultivo do grão nos principais Estados produtores no Brasil, como Minas Gerais e São Paulo.
Nesses Estados, diz o IPCC, um aumento de 3ºC na temperatura global reduziria o potencial de cultivo das áreas destinadas ao plantio de café de 70-75% para 20-25%, enquanto que a produção em Goiás seria eliminada.
Em São Paulo, que responde por 10% do total de café colhido no Brasil, o aquecimento global reduziria a produção em 60%, causando perdas equivalentes a US$ 300 milhões (R$ 680 milhões).
“Essa tendência já vem sendo observada nos últimos anos. Entre 1998 e 2008, somente o Estado de São Paulo perdeu 35% de área cultivada com café arábica, a maioria substituídas por seringueira e cana-de-açúcar, que são plantas mais tolerantes ao calor e às estiagens mais longas. Nessas áreas, as temperaturas médias subiram mais de 1,5ºC, afetando diretamente o florescimento (dessas plantas)”, afirmou à BBC Brasil Hilton Silveira Pinto, professor da Unicamp e um dos autores do estudo citado no relatório do IPCC.
“‘Por outro lado, poderá haver um incremento de produção em regiões hoje mais frias, como Paraná, Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, mas esse acréscimo não será capaz de compensar as perdas gerais da cultura”, acrescentou ele.
Cálculos matemáticos – A partir de simulações matemáticas, Silveira Pinto, da Unicamp, e Eduardo Assad, da Empraba, fizeram uma estimativa futura sobre a redução da área destinada ao cultivo do café em dois cenários: um otimista (B2), segundo o qual a temperatura global deve crescer entre 1,4°C e 3,8ºC até 2100, e outro pessimista (A1), que prevê uma onda de calor entre entre 2°C e 5,4ºC no mesmo período.
No primeiro cenário, os pesquisadores estimaram uma queda de 6,75% na área destinada ao cultivo do café até 2020. Mas em 2050, o total de terrenos propícios ao plantio do grão poderia diminuir 18,3%, chegando a 27,6% em 2070.
Nesse contexto, o aquecimento global poderia trazer prejuízos de R$ 600 milhões em 2020, R$ 1,7 bilhão em 2050 e R$ 2,55 bilhões em 2070, acrescentam.
Já no segundo cenário, o mais pessimista, a queda da área de baixo risco começa com 9,48% em 2020, subindo para 17,15% em 2050 e chegando a 33% em 2070, o que representaria um perda de R$ 882 milhões, R$ 1,6 bilhão e R$ 3 bilhões, respectivamente.
Brasil – Em 2013, ano considerado de safra curta, a produção total de café no Brasil foi de 2.918.652 quilos, o equivalente a 48,6 milhões de sacas de 60 quilos. Neste ano, o IBGE prevê um aumento de apenas 0,1% na produção, que deve alcançar 2.922.303 quilos.
No entanto, estima-se que haverá uma redução de 3,2% da área destinada à colheita do café arábica, que responde por dois terços da produção total. Se a previsão for confirmada, será a primeira vez em mais de 20 anos que não será observada a alternância de safras.
Isto é, safra cheia nos anos pares e safra curta nos ímpares. De 1992 a 2013, a tendência foi observada sem interrupções. As estimativas já levam em consideração o impacto do clima extremo que atingiu as fazendas de café brasileiras neste ano, depois que uma seca de grandes proporções eliminou 25% das lavouras e forçou 140 cidades a racionar água.
Porém, entidades do setor dizem que as previsões do IBGE estão descoladas do mercado. Segundo elas, a produção será ainda menor do que a prevista pelo instituto, dadas as intempéries relacionadas às mudanças climáticas.
Por causa das altas temperaturas, a colheita do café também teve de ser antecipada neste ano entre 15 a 25 dias. No caso do arábica, a colheita, que normalmente ocorre no final de maio, foi adiantada para o início do mesmo mês.
Já os produtores da variação robusta (ou conilon), que tradicionalmente é colhida antes do arábica devido à fenologia, deverão começar para valer a colheita em meados de abril, quando isso seria feito somente no início de maio, após chuvas abundantes terem antecipado as floradas e favorecido a formação do grão, segundo a agência de notícias Reuters.
Prejuízo – As previsões para a redução das áreas de cultivo destinadas à produção de café ocorrem em um momento de crescimento da demanda pelo grão ao redor do mundo. Só no Reino Unido, o número de estabelecimentos que vendem café aumentou 4% na última década. Somente esse setor fatura 5,8 bilhões de libras (R$ 22 bilhões).
O estudo do IPCC também alerta que o aquecimento global pode diminuir em 40% o número de terrenos propícios ao cultivo de outros grãos na Costa Rica, Nicarágua e El Salvador, afetando 1,4 milhão de pessoas.
Na África, países como Etiópia, Quênia, Uganda, Ruanda e Burundi, conhecidos pela produção da variação arábica em áreas de maior altitude, também devem ser ameaçados pelas mudanças climáticas, acrescenta o relatório.

IPCC – Neste domingo, em Yokohama, foi divulgada a conclusão do segundo grupo de trabalho da quinta avaliação do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês), sobre os impactos da alteração climática, adaptação e vulnerabilidade da Terra.
O relatório completo será divulgado no fim do ano. As outras edições foram apresentadas em 1990, 1995, 2001 e 2007.
Para elaborar as avaliações, o IPCC divide-se em três Grupos de Trabalho (GTs). O GT I é responsável pela ‘Base Científica da Alteração Climática’, o II lida com ‘Impactos da Alteração Climática, Adaptação e Vulnerabilidade’ e o III está a cargo de explicar a ‘Mitigação da Alteração Climática’. (Fonte: G1)

Governo precisa de plano nacional de adaptação às mudanças climáticas, diz ONG

O coordenador-geral do Observatório do Clima (OC – rede de organizações não governamentais e movimentos sociais brasileiros que atuam na agenda de mudanças climáticas no país), André Ferretti, disse na segunda-feira (31) à Agência Brasil que o governo federal necessita ter um plano nacional de adaptação para enfrentar as consequências do aquecimento global.
Segundo Ferretti, o novo relatório do Painel Intergovernamental da Organização das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (IPCC), divulgado na segunda-feira e que trata dos impactos, adaptação e vulnerabilidade às mudanças climáticas, mostra de forma clara que o mundo ainda não consegue calcular quanto isso vai custar aos países. A estimativa é que os custos oscilem entre US$ 4 bilhões e mais de US$ 100 bilhões nos 40 anos compreendidos entre 2010 e 2050. “Essa variação mostra a grande dificuldade de se calcular, porque são muitos fatores envolvidos”, disse.
Ferretti sublinhou que, quando se fala em impactos e adaptação, é preciso que o país saiba quais são as suas vulnerabilidades, “mapeá-las e traçar planos para reduzi-las”. Ele explicou que como o mundo ainda não traçou esse mapa, fica difícil estimar quanto vai custar para se adaptar às mudanças que estão em curso e àquelas que virão.
Por isso, Ferretti indicou que o Observatório do Clima (OC) considera fundamental que o Brasil tenha um plano nacional de adaptação. A demanda da ONG é antiga e ganha cada vez mais força, destacou. “O relatório [do IPCC] evidencia que é urgente a necessidade de um plano e é estratégico para qualquer país, conhecendo os seus pontos mais vulneráveis, se preparar para essa adaptação”. Segundo Ferretti, é em função da qualidade dessa adaptação que o governo poderá saber se haverá mais prejuízos sociais, econômicos e ambientais em decorrência das mudanças do clima.
Ferretti sugeriu que uma das estratégias mais eficientes e baratas é a adaptação baseada em ecossistemas. Isso significa manter os ecossistemas funcionando em boa qualidade, para que os serviços ambientais essenciais continuem sendo providos. No caso brasileiro, em especial, ele destacou a energia hidrelétrica, da qual o país é dependente e está enfrentando problemas de falta de água nos reservatórios em um período que deveria ser de chuvas abundantes. ”Eventos como esse vão ser cada vez mais frequentes e intensos, segundo as previsões do segundo relatório do IPCC. E a gente sabe que além de sofrer com a falta de água em algumas épocas, a água que é usada para o abastecimento vai gerar também problemas de abastecimento de energia”, acredita.
O coordenador-geral do OC indicou que no plano nacional de adaptação, o governo precisa identificar os principais mananciais que estão sendo usados atualmente pela população, mas também os mananciais que serão usados no futuro próximo, devido à demanda crescente, “e protegê-los, conservá-los, também com isso melhorando a qualidade e a vida útil das nossas represas”. Dessa forma, ele diz que o país consegue ter um sistema de fornecimento de água e de energia mais eficiente.
Ferretti ponderou, entretanto, que, mesmo assim, o país estará vulnerável e não poderá focar os investimentos somente em energia hidrelétrica, mas deve investir também, com mais intensidade, em outras fontes renováveis que não agravem as mudanças climáticas, entre as quais a energia solar e a eólica (dos ventos). Ele lembrou que no ano passado, o governo federal apresentou o seu plano setorial de mitigação e adaptação às mudanças climáticas para o setor de energia. “E a gente vê que esse plano investe, basicamente, 70% dos recursos até 2020 em combustíveis fósseis, o que é uma contradição. Tem que ser justamente o contrário. Aliás, não tinha que ter investimento nenhum nisso. Tinha que ter investimento em [combustíveis] não fósseis”, opinou.
Outra questão que preocupa a ONG é o desmatamento existente no Brasil que, depois de recuar os índices nos últimos anos, voltou a aumentar na Amazônia, em 2013. “É um sério problema”. Ferretti defende que o objetivo é que o Brasil caminhe para o desmatamento zero. “Temos que conservar os ecossistemas, funcionando e garantindo os serviços ambientais essenciais para a população”.
Na avaliação do coordenador do OC, o Brasil precisa ser mais ousado e trilhar, em caráter definitivo, o caminho rumo a uma economia descarbonizada, com investimentos direcionados a tudo que seja limpo de carbono e possa trazer um diferencial para o país, em termos de novas oportunidades, novos empregos e negócios. “É o que o mundo vai precisar nos próximos anos. Se a gente ficar com essa fixação em pré-sal, a gente vai estar desenvolvendo nosso país nos próximos anos para uma energia de que o mundo vai precisar abrir mão”, salientou. “Se o Brasil insistir no petróleo, certamente sofrerá pressão no futuro para não jogar isso na atmosfera”.
No próximo dia 29 de abril, o OC levará suas sugestões sobre o Plano Nacional de Adaptação às Mudanças Climáticas à reunião do grupo executivo da Comissão Interministerial de Mudanças Climáticas. Em outubro, após o lançamento dos relatórios completos do IPCC, a ONG pretende divulgar o sistema de estimativas de emissões de gases de efeito estufa do Brasil, em que analisa as emissões do país no ano anterior. No ano passado, foram calculadas as emissões de cada setor da economia. “Este ano, nós vamos revisar isso e, com os dados dos relatórios do IPCC, nós vamos preparar todo um material para levar ao governo”.
Ferretti também coordena as estratégias de conservação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. (Fonte: Agência Brasil)

Mudança climática eleva riscos de conflitos e fome, diz IPCC

O aumento das emissões de CO2 elevará durante este século os riscos de conflitos, fome, enchentes e migrações, informa o relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), divulgado nesta segunda-feira (31).
“O aumento de temperaturas aumenta a probabilidade de impactos severos, generalizados e irreversíveis”, em todo o mundo, alerta o quinto informe do IPCC.
Se não se conseguir estancar as emissões dos gases causadores do efeito estufa, o custo pode chegar a bilhões de dólares em danos a ecossistemas e a propriedades, além da necessidade de se criar sistemas de proteção dessas mudanças.
Os efeitos da mudança climática já começam a ser notados e vão piorar com cada grau centígrado de aumento da temperatura.
A Amazônia em perigo A fome poderá ser especialmente severa nos países tropicais e subtropicais. A Amazônia é um dos ecossistemas que mais poderão ser prejudicados, juntos com os polos, os pequenos Estados insulares no Pacífico e os litorais marítimos de todos os continentes.
Bastante extenso, o informe detalha os efeitos por região. Nas Américas do Sul e Central, os desafios são a escassez de água em áreas semiáridas, as inundações em zonas urbanas superpovoadas, a queda da produção alimentar e de sua qualidade e a propagação de doenças transmitidas por mosquitos.
As cidades latino-americanas devem se preparar para modificar seus planos de urbanismo e de tratamento de água. A produção agrícola deverá se adaptar aos períodos de seca, ou de grandes chuvas, com grãos mais resistentes.
As zonas de mata virgem deverão manter afastada a pressão dos assentamentos humanos.
O documento é resultado de intensas deliberações entre centenas de cientistas desde que a comunidade internacional aprovou a criação do IPCC em 1988.
O informe “é um manual de instruções para se enfrentar a mudança climática, mas também representa um marco para entendê-la, para entender suas implicações”, explicou o co-presidente do IPCC, Chris Field, da Carnegie Institution.
A edição anterior, de 2007, valeu ao IPCC o Prêmio Nobel da Paz, mas seu sucesso e visibilidade não conseguiram mobilizar as consciências o suficiente. A reunião internacional de Copenhague, em 2009, que se dedicaria a obter um pacto contra a mudança climática, foi um estrondoso fracasso.
Esse novo documento, publicado em Yokohama, em Tóquio, após cinco dias de reuniões, detalha de forma mais extensa o alcance do problema, que se acelerou a partir do século XX.
As temperaturas vão subir entre 0,3ºC e 4,8ºC neste século, o que se soma ao 0,7ºC calculado desde o início da Revolução Industrial. Além disso, o nível dos mares aumentará entre 26 e 82 centímetros até 2100.
A alta das temperaturas reduzirá o crescimento econômico mundial entre 0,2% e 2% ao ano – calculam os cientistas. Nesse sentido, o IPCC reivindica um pacto mundial até o final de 2015 para limitar esse aumento a até 2ºC no século atual.
Riscos para a segurança – Os impactos aumentam com cada grau centígrado e podem ser desastrosos acima de 4ºC, adverte o texto.
A mudança climática pode provocar mais conflitos regionais, devido às migrações das populações afetadas pelas enchentes e à competição pelo monopólio de água e comida.
“A mudança climática tende a atuar como um multiplicador de ameaças”, disse Field.
“Há muitas coisas que fragilizam as pessoas, e quando você combina um choque climático com esses fatores, os resultados podem ser ruins”, alertou.
Na Europa e na Ásia, é provável que as temporadas e o volume de chuva sofram mudanças dramáticas. Isso terá um impacto nas colheitas de trigo, arroz, ou milho, por exemplo. Espécies de plantas, ou de animais, poderão desaparecer.
Os países pobres serão, contudo, os que vão sofrer as mais graves consequências desse novo cenário.
O relatório garante que o aquecimento global é irreversível, mas que pode ser reduzido drasticamente, se o ser humano controlar as emissões de CO2. Algumas medidas que podem ser aplicadas de imediato são “baratas e fáceis”, como reduzir o desperdício de água, ampliar as áreas verdes nas cidades e proibir assentamentos humanos em zonas de alto risco. (Fonte: UOL)

Brasileiro cria microssensor para estudar sumiço de abelhas no mundo

Um brasileiro que vive na Austrália pode ajudar, com sua pesquisa, a responder uma das questões mais intrigantes do mundo científico atual: por qual motivo as abelhas estão sumindo em várias partes do mundo?
Paulo de Souza, físico de formação, é o pesquisador líder da área de microssensores da Organização de Pesquisa Industrial e Científica da Austrália, conhecida pela sigla Csiro. Baseado na Tasmânia, desde setembro passado ele acompanha um experimento com o intuito de determinar o que tem impactado a vida desses insetos.
Souza foi responsável por desenvolver um sensor, com tamanho de 2,5 por 2,5 milímetros e peso de 5 miligramas, que é colocado nas costas dos insetos. Ele funciona como um “crachá de identificação”, pois transmite dados e registra o que acontece com o inseto.
O objetivo do microaparelho é acompanhar passo a passo os movimentos de 5 mil abelhas, examinando a polinização feita por elas e sua produção de mel. Cada um deles custa cerca de R$ 0,63.
Entre as causas listadas como responsáveis pelo sumiço de abelhas estão o uso excessivo de pesticidas, excesso de parasitas que afetam esses insetos, poluição do ar e da água, além do estresse causado pelo gerenciamento inadequado das colmeias.
Importância – A mortalidade de abelhas ao redor do planeta ameaça ambos os processos. Entre as possíveis causas já listadas estão o uso excessivo de pesticidas, como os neonicotinoides, excesso de parasitas que afetam esses insetos, poluição do ar e da água, além do estresse causado pelo gerenciamento inadequado das colmeias.
Investigar essas e outras hipóteses é importante, porque pode evitar um possível caos ambiental. O declínio, de acordo com o pesquisador, põe em risco a capacidade global de produção de alimentos.
Para se ter ideia, segundo a Organização das Nações Unidas, os serviços de polinização prestados por esses insetos no mundo – seja no ecossistema ou nos sistemas agrícolas – são avaliados em US$ 54 bilhões por ano. Além disso, 73% das espécies vegetais cultivadas no mundo são polinizadas por alguma espécie de abelha.
Somente na Austrália, local dos testes, cerca de 17% de todo o alimento plantado no país, como as frutas, nascem graças à polinização feita tanto por abelhas domesticadas, quanto por espécies selvagens.
Experimento com pesticidas – Para implantar o sensor nos insetos, os pesquisadores adormecem as abelhas ao colocá-las na geladeira a uma temperatura de 5ºC. Depois, usam uma supercola para fixar o microssensor. De acordo com Souza, o miniequipamento não atrapalha o voo.
Os testes na Tasmânia são feitos com quatro colmeias. Duas vivem no ambiente natural da região, que é considerada uma das menos impactadas pela poluição do ar e da água.
Elas estão a um quilômetro de distância de outras duas colmeias, que recebem constantemente pequenas doses de agrotóxicos neonicotinoides no alimento (que tem origem na molécula de nicotina).
Esses defensivos agrícolas já foram banidos em alguns países por suspeita de intoxicar as abelhas, em um fenômeno chamado de “distúrbio do colapso das colônias”, quando os insetos não retornam às colmeias e morrem após o corpo sofrer um “curto-circuito” possivelmente devido à excessiva exposição a determinados compostos químicos.
De acordo com Souza, os primeiros resultados do teste mostraram que as abelhas com sensores que tiveram contato com os defensivos demoravam mais para voltar à colmeia – ou nem voltavam. “Os neonicotinoides alteraram o comportamento delas”, disse Souza.
A meta do brasileiro, que lidera uma equipe com outros 13 profissionais, é desenvolver um sensor de 1,5 milímetro até o fim deste ano. Em quatro anos, o tamanho atual deve diminuir em 20 vezes, de forma que será implantado na abelha com a ajuda de um spray.
Testes no Brasil – Ainda no segundo semestre deste ano, a investigação atravessa o oceano e troca de continente. As abelhas do Brasil serão o alvo da pesquisa, principalmente as que vivem na Amazônia.
De acordo com Souza, o estudo será feito em parceria com o Instituto Tecnológico Vale, braço da mineradora Vale que é voltado ao desenvolvimento sustentável.
Serão implantados entre 10 mil e 20 mil sensores nos insetos para saber se há algum tipo de impacto negativo que influencie a polinização das abelhas. (Fonte: G1)


Rio Madeira não para de subir e registra novo recorde
O Rio Madeira não para de subir em Porto Velho, e atingiu a marca recorde de 19,42 metros (m) na manhã de domingo (22), segundo aferição da Agência Nacional de Águas (ANA). O recorde histórico havia sido registrado em 1997, quando ficou 17,52m acima do nível normal.
Segundo a Defesa Civil do estado, mais de 12 mil pessoas foram afetadas pelas cheias em Rondônia, principalmente na capital, Porto Velho, e entorno, onde há 1.752 famílias desalojadas e 873 desabrigadas. Outras cidades bastante afetadas são Guajará-Mirim e Nova Mamoré.
O governo federal reconheceu estado de calamidade pública em Porto Velho e a Previdência Social vai antecipar benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a moradores da capital, que tem sofrido prejuízos com a cheia histórica.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) decidiu, por questões de segurança, suspender temporariamente o tráfego na BR-364, que liga o Acre a Rondônia, nos trechos entre os quilômetros 868 e 862 da rodovia, localizados em Rondônia. A interdição ocorre devido ao aumento da lâmina d’água sobre a pista, que já alcança 1,50m.
As obras emergenciais para retomar o tráfego na BR-364 começaram no sábado (21), na região do município de Abunã. A previsão é que o trabalho seja concluído segunda-feira (24) para que o tráfego de caminhões na estrada seja retomado. (Fonte: Agência Brasil)


Forte terremoto sacode Chile e gera tsunami


Um forte terremoto de magnitude 8.2 na escala Richter sacudiu o norte do Chile no começo da noite desta terça-feira (1º). Inicialmente, autoridades informaram que a magnitude do tremor era 8.0, mas revisaram a informação. Esse é o tremor mais poderoso registrado no mundo este ano.
Segundo a Marinha chilena, o terremoto provocou um tsunami com ondas de até dois metros que atingiu algumas áreas no norte do país.
Há alerta para mais ondas gigantes para toda a costa da América Latina no Pacífico. Não há relatos de vítimas ou danos materiais.
O sismo foi registrado às 20h46 (19h46 de Brasília) e teve seu epicentro no mar, a 85 km ao sudoeste de Cuya, próximo à cidade de Iquique, onde já foram registradas ao menos duas ondas com mais de dois metros e o aeroporto foi fechado.
A ordem das autoridades é de evacuação de toda costa chilena. A informação é do CSN (Centro Sismológico Nacional) e também foi confirmada pelo Serviço Geológico dos EUA.
“Um terremoto deste tamanho tem potencial para gerar um tsunami destrutivo e que pode atingir o litoral mais próximo do epicentro em questão de minutos e as costas mais distantes em algumas horas”, informou o Serviço Geológico americano.
Além do Chile, o Peru e o Equador já emitiram alertas de tsunami. Pelo Twitter, o presidente equatoriano Rafael Correa fez um alerta à população: “Todos na costa devem ficar atentos e preparados”, disse Correa no Twitter.
Cidades chilenas estão às escuras – Além de forte, o terremoto foi muito superficial, apenas 10 quilômetros abaixo do solo oceânico, o que teria feito com que fosse sentido com mais força. O sismo foi sentido também no Peru e na Bolívia. Em ambos os países edifícios chegaram a balançar por alguns segundos.
No Chile, sabe-se que várias das cidades estão às escuras, enquanto os analistas esperam “o trem de ondas” que costuma acontecer após um forte tremor como o desta noite com características de terremoto.
Também foram cortadas as transmissões de rádio na área e algumas empresas telefônicas já trabalham para retomar o serviço.
Em 2010, um terremoto de magnitude 8,8 provocou um tsunami que causou grandes danos em várias cidades costeiras no centro-sul do Chile e matou centenas de pessoas. (Fonte: UOL).
Fonte: Ambientebrasil