domingo, 13 de novembro de 2016

AS FLORESTAS E A SILVICULTURA NA FINLÂNDIA....


As Florestas e a Silvicultura na Finlândia

Escrita para a Virtual Finland (actual thisisFINLAND) por Professor Doutor em Agronomia e Silvicultura, Jari Parviainen, do Centro Nacional de Pesquisa de Florestas. Tradução: Pekka Posio

As florestas e a silvicultura

Silvicultura1
Com 76 % da sua superfície coberta por florestas, a Finlândia é o país com a mais elevada percentagem de área florestal na Europa. A silvicultura finlandesa pratica-se sob condições excepcionais, devido à localização do país no extremo Norte da Europa e pelo elevado número de proprietários florestais privados. A silvicultura sustentável tem registado um desenvolvimento sistemático, desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Na silvicultura finlandesa são tomados em consideração, tanto os pontos de vista ecológicos e económicos, como também os sociais. Durante os últimos 40 anos, a taxa de crescimento anual das árvores tem sido até 20-30 % superior aos cortes. Hoje em dia, a quantidade de árvores em crescimento nas florestas finlandesas, é a maior de sempre, inclusive até mesmo ao registado durante a independência do país.
Graças aos incontáveis programas e decisões de protecção, hoje em dia, a Finlândia conta com quase três vezes mais áreas florestais protegidas do que há 30 anos. Em 2000, 10,6 % das florestas finlandesas estavam sob protecção, o que fez com que as florestas finlandesas fossem as mais bem protegidas da Europa. A indústria florestal continua a ser um dos maiores sectores de actividade económica na Finlândia. A silvicultura e os produtos florestais representam aproximadamente 8 % do produto interno bruto do país, e cerca de 30 % das exportações. A nível internacional, a Finlândia é mais dependente das florestas, do que nenhum outro país no mundo.
A Finlândia foi desde sempre pioneira no âmbito da certificação das florestas: o sistema nacional de certificação (o FFCS, ou seja, Finnish Forest Certification System) cobre 95 % das florestas finlandesas. O FFCS alcançou renome internacional e foi integrado no sistema de certificação europeu PEFC (Pan European Forest Certification System).

A Finlândia é o país com as mais densas florestas da Europa

A Finlândia é o país com a mais elevada percentagem de áreas florestais na Europa, sendo mais do que três quartos da superfície do país (ou seja, 23 milhões de hectares) cobertos pelas florestas. Além disso, há cerca de três milhões de hectares de áreas florestais pedrosas e com alguma vegetação arbustiva, o que faz com que a percentagem das áreas florestais seja, no total, aproximativamente 86 % do terreno. Noutras partes da Europa – com a excepção da Suécia, Áustria e Eslovénia – as florestas representam uns 20-40 % dos terrenos. As percentagens menos elevadas são as da Holanda, Dinamarca e Irlanda, onde as florestas cobrem apenas 10 % do território.
A Finlândia é situada na zona boreal de florestas coníferas, caracterizada pelo período de crescimento curto e um número limitado de espécies de árvores. No entanto, graças ao Corrente do Golfo, as condições de crescimento são mais favoráveis do que noutras áreas da mesma latitude, como a tundra e a taiga no Canadá e na Rússia, áreas caracterizadas por um clima mais severo e uma vegetação diferente.
Na Finlândia, o número de espécies é pouco elevado, por causa do efeito das altas cadeias de montanhas europeias que impediam o regresso das espécies de plantas depois da última era glacial. O país consta com apenas quatro espécies de árvores coníferas e um pouco mais de 20 espécies de árvores de folhas caducas autóctones.

As condições especiais e o clima nórdico são desafios para a silvicultura

Mesmo no Sul da Finlândia, o Inverno dura cinco meses, tempo durante o qual o metabolismo das árvores está em fase de descanso, activando-se só em Abril ou Maio, quando começa o novo período de crescimento.
Por causa da situação nórdica do país e a estrutura de possessão das florestas, a silvicultura finlandesa pratica-se sob condições excepcionais. A Finlândia estende-se ao longo de 1100 quilómetros do Norte ao Sul, facto que explica que as condições de crescimento variam tanto entre os dois extremos. O período de crescimento dura cinco meses no Sul, e apenas três meses no Norte. Por consequência, o crescimento anual das florestas é até três vezes maior no Sul do país do que no Norte.
O limite climático para o crescimento de árvores, na Lapónia do Norte, constitua-se numa faixa limítrofe, de dezenas de quilómetros, que se estende até às áreas ricas em florestas no Sul. Ao Norte desta línea crescem apenas arbustos e árvores raquíticas, menores de dois metros de altura. Em direcção ao Sul, o limite de crescimento de árvores é atingido quando o tamanho das árvores individuais excede dois metros. Com a intenção de preservar o limite climático para o crescimento de árvores, em 1922 foi votada a lei de protecção de florestas, impedindo o uso imprudente das florestas e a mudança potencial do limite para o Sul.

A silvicultura finlandesa é uma “silvicultura familiar” em pequena escala

As florestas são uma parte integral do património cultural finlandês. As florestas faziam parte da vida quotidiana, oferecendo protecção durante a guerra, e hoje em dia são uma fonte de calma e tranquilidade. São um elemento imprescindível da paisagem finlandesa, um lugar de recreação, um habitat necessário para muitas espécies e um recurso natural e renovável da economia do país.
PalkaneAs maiores áreas florestais e florestas do Estado situam-se no Norte da Finlândia. No Sul e no Centro do país, nas áreas mais importantes do ponto de vista de silvicultura, dois terços das florestas são propriedades privadas. Nalgumas áreas, a percentagem das florestas privadas é até 80 %. O número de proprietários de florestas é aproximativamente 900.000, devido ao facto de as propriedades agrícolas pertencerem muitas vezes a famílias. Por outras palavras, um finlandês de cada cinco é proprietário de floresta. Por isso, usa-se o conceito de “silvicultura familiar”, para referir à silvicultura praticada por famílias nas suas próprias florestas. Este tipo de estrutura de propriedade das florestas é típico à maioria dos países da Europa Ocidental em geral.
As florestas têm permanecido, durante muito tempo, em possessão das mesmas famílias, o que se explica pelo facto de os finlandeses se sentirem muito ligados ao campo e à vida rural. Contudo, as mudanças na sociedade finlandesa estão a influenciar a estrutura de propriedade das florestas. Há cada vez mais proprietários de florestas que moram nas cidades, e o número de proprietários vai aumentando, pois as propriedades são muitas vezes divididas em partes mais pequenas entre os herdeiros. Hoje em dia, cerca de 70 % dos proprietários moram no campo ou em autarquias pequenas, 10 % em vilas e 20 % em cidades maiores. A proporção de mulheres entre os proprietários está a aumentar continuamente.

A legislação e a cooperação asseguram a saúde das florestas privadas

Por causa do número elevado de proprietários de floresta, as propriedades são relativamente pequenas, sendo o tamanho médio de uma propriedade apenas 26 hectares. A silvicultura privada desempenha um papel muito importante na Finlândia, pois 80-90 % da madeira utilizada na indústria florestal vem das florestas privadas. A legislação relativa às florestas, o programa de planeamento nacional de silvicultura e a cooperação entre os proprietários em diferentes níveis são maneiras de assegurar a sustentabilidade da silvicultura na prática.
PoroA existência da silvicultura sustentável a longo prazo é assegurada, para os próximos cem anos, pela legislação relativa ás florestas, que proíbe a devastação dos recursos. Se, depois dos cortes, a reflorestação não for planeada de maneira apropriada, o uso da floresta é proibida temporariamente e as despesas de arborização podem ser cobradas dos proprietários pela lei. Por outro lado, o Governo concede empréstimos e subsídios para os proprietários de florestas que praticam silvicultura e produção de madeira e papel e sustentáveis, assegurando a protecção das florestas novas, mantendo a diversidade biológica e melhorando o estado das florestas de produção.
A cooperação entre os proprietários de florestas tem como objectivo uma boa gestão dos recursos florestais a largo prazo. As primeiras associações de proprietários de florestas foram fundadas no princípio do século XX. Hoje em dia, o número destas associações é aproximadamente 200. A sua meta principal é ajudar os proprietários de florestas a desenvolver a gestão das florestas, melhorar a rentabilidade e oferecer serviços de consultadoria e formação para os membros das associações. Os proprietários privados podem, por exemplo, obter informação relativa ao comércio da madeira e ao planeamento da silvicultura. Se vários proprietários decidirem vender madeira ao mesmo tempo, os negócios podem resultar mais lucrativos, porque a venda e o transporte de pequenos lotes de madeira é menos rentável. Os membros destas associações pagam uma modesta propina anual, assim como as despesas dos serviços que usarem.

Só espécies de árvores autóctones são cultivadas nas florestas finlandesas

A silvicultura finlandesa baseia-se no uso das espécies autóctones. O seu objectivo é assegurar a produção das matérias-primas de elevada qualidade, preservando, ao mesmo tempo, a diversidade biológica e as condições apropriadas para vários usos de floresta.

As florestas finlandesas são conhecidas como “florestas seminaturais”, o que quer dizer que já não são intactas, mas a sua estrutura continua a ser similar à das florestas virgens. Os estudos sobre a história da silvicultura mostram que a influência do Homem nas florestas, tanto na Finlândia como na Europa Central, é extensiva e de longa duração. As florestas intactas são praticamente inexistentes na Finlândia; pode-se encontrar algumas na Lapónia e na Finlândia Oriental, nas áreas protegidas. A partir do século XVIII até ao princípio do século XX, as florestas finlandesas serviam para a produção de alcatrão, para a indústria mineira e a agricultura de queimada extensiva. Segundo os estudos realizados em 1915 pelo Prof. Dr. Heikinheimo, no princípio do século XX até 50-75 % das florestas finlandesas tinham sido queimadas afim de obter terreno para a agricultura.
Metsatyo
As florestas de produção são controladas por meio de desbastes, realizados 2-3 vezes durante a vida das árvores. Durante o desbaste, tomam-se em consideração também a protecção da biodiversidade e das espécies florestais. O rendimento económico pode ser aumentado até de 50 % através do desbaste, no qual as árvores de má qualidade são eliminadas, de maneira a oferecer mais recursos para as árvores de melhor rendimento. O desbaste aumenta a quantidade da luz na floresta, o que acelera a reciclagem dos nutrientes no solo, e torna possível a criação de vários tipos de combinações de árvores. Uma floresta desbastada serve para várias utilizações.
O modelo de silvicultura finlandês ou escandinavo difere dos modelos utilizados por exemplo na Rússia ou no Canadá, onde as florestas não são desbastadas, mas todas as árvores são cortadas de uma vez, com maquinaria pesada, logo que as árvores tiverem alcançado o tamanho desejado. Por causa da silvicultura finlandesa ser praticada em pequena escala e a maquinaria utilizada ser muito evoluída, a superfície média na qual são realizados os cortes é apenas 1,2 hectares, ou seja, do mesmo tamanho do que por exemplo na Alemanha, na Áustria ou na França.

Uma sustentabilidade assegurada: a taxa de crescimento supera os cortes

As árvores são cortadas utilizando o método de toragem chamado “shortwood method”, o que significa que a desramação e a toragem são realizados já na floresta. Os ramos e as coroas são deixados na floresta, o que assegura uma reciclagem estável dos nutrientes no solo. Às vezes as árvores pequenas e as coroas podem servir de combustível. Este método é bem apropriado para a silvicultura finlandesa, já que o terreno é plano e o desbaste é de uso comum. Na Rússia e no Canadá, usa-se o método que consiste em exploração de árvores inteiras, as quais são levadas ao sítio de processamento em vez de serem tratadas na própria floresta.
TukitA silvicultura sustentável tem sido desenvolvida de maneira sistemática já a partir do fim da Segunda Guerra Mundial, através de programas de planeamento nacionais. As decisões do Governo, a legislação relativa à silvicultura e a cooperação entre os proprietários privados contribuíram a este processo. Durante os últimos 40 anos, o crescimento das árvores superou os cortes de 20-30 %. Hoje em dia, a quantidade das árvores a crescer nas florestas finlandesas é maior do que nunca durante a independência do país – até dois mil milhões de metros cúbicos.
A protecção das florestas e da biodiversidade tem sido alvo de interesse especial durante as últimas décadas. Graças aos numerosos programas e decisões de protecção, a superfície das áreas protegidas é hoje em dia quase três vezes maior do que há 30 anos. Em 2000, 7,6 % das florestas foram protegidas e 10,6 % ou protegidas ou em uso restringido, o que faz com que as florestas finlandesas sejam as mais protegidas da Europa. Contudo, é provável que mais protecção seja necessária na Finlândia do Sul. Uma grande comissão com representantes de várias autoridades está actualmente a trabalhar com um plano de protecção adicional.

A ecologia paisagista no planeamento da silvicultura pretende preservar as espécies florestais em perigo

Em adição à protecção das florestas virgens, a Finlândia tem desenvolvido métodos ecológicos no âmbito da chamada “ecologia paisagista”. O seu princípio é que, nas florestas de produção, os sítios com valor natural especial têm de ser protegidos. Estas áreas representam cerca de 2-10 % das florestas, dependendo da região.
Das cerca de 34.000 espécies de animais finlandesas, a metade são espécies florestais. O estado das espécies em perigo é controlado regularmente. Segundo os resultados da última pesquisa, umas 1500 espécies são em perigo de extinção, 38 % das quais vivem nas florestas. As espécies em perigo representam apenas 4 % das espécies conhecidas, uma percentagem claramente inferior ao término médio europeu. A maioria dos animais que vivem nas florestas naturais podem sobreviver nas florestas de produção, mas alguns habitats naturais como troncos apodrecidos ou árvores queimadas são de importância fundamental.
A natureza finlandesa nunca correu grandes perigos por causa da silvicultura. Normalmente as árvores são cortadas no Inverno, quando o solo está gelado e coberto de neve, o que impede os danos possíveis causados pela maquinaria ou pelo tratamento e transporte das árvores. A prevenção da poluição da água é tomada muito a sério no âmbito da silvicultura. Faixas protectoras de árvores são deixadas às margens dos lagos, fontes, e rios, e o uso dos fertilizadores é proibido nas áreas onde há lençóis de água subterrâneos.

Os direitos relativos às florestas e o uso múltiplo da floresta para além da produção florestal

Qualquer pessoa tem o direito de se deslocar livremente nas florestas finlandesas. Este direito tradicional permite a todos andar, fazer esqui, ir de bicicleta e andar a cavalo nas florestas privadas, desde que não façam dano à natureza. No entanto, o uso de veículos com motores requer sempre uma autorização especial. Sob condição de não causar dano, é sempre permitido acampar e apanhar flores, bagas e cogumelos, desde que não se trate de espécies protegidas. Acender fogueiras de acampamento requer uma autorização por parte do proprietário, e abusar os direitos de maneira a danificar a natureza ou a propriedade privada é proibido.
PicnicO uso múltiplo da floresta para além da produção florestal tem sido alvo de grande interesse. Os principais produtos e serviços (chamados “non-wood forest products” em inglês) que têm algum valor económico incluem a caça, recolha de bagas, cogumelos, líquen, e o turismo florestal. A nível local e para pessoas individuais, estes produtos e serviços são uma fonte de rendimentos importante. O produto mais rentável é a carne de caça.
Apesar de a grande variedade dos produtos obtidos das florestas, o seu valor é relativamente pequeno comparado com o valor da madeira; estima-se que este valor é aproximativamente 2-3 % do rendimento anual da madeira. Contudo, os produtos outros que madeira são uma fonte de rendimento importante para as famílias, oferecendo, ao mesmo tempo, actividades de lazer agradáveis ao ar livre, o que é hoje em dia cada vez mais importante para os habitantes de cidades.

A silvicultura continua a ser o maior sector de comércio

Na Finlândia, o uso industrial das florestas começou na segunda metade do século XIX. Há cem anos, os produtos da indústria florestal representavam 80 % da exportação finlandesa. Hoje em dia, o papel de impressão e de escritura de elevada qualidade representa mais de 50 % do valor dos produtos de indústria florestal, enquanto a madeira serrada e tábuas formam cerca de 15 % do valor das exportações.
A importância da silvicultura é muitas vezes avaliada tendo em conta toda a indústria relacionada com ela, ou seja, o chamado sector florestal. Este inclui os seguintes ramos: silvicultura, indústria florestal, produção de maquinaria para a indústria florestal, parte da indústria química, automatização e sistemas de embalagem, indústria gráfica, produção de energia, transportes e empresas de consultadoria florestal. Tudo isto representa perto de 35 % do valor bruto da exportação na Finlândia.
UPMRelativamente ao seu tamanho, a Finlândia é um dos países mais dependentes das florestas e do sector florestal no mundo. O movimento de vendas tem duplicado durante os últimos anos, através de aquisições de companhias estrangeiras, e a Finlândia tem-se tornado num verdadeiro centro de silvicultura e indústria florestal a nível europeu, por causa da experiência e habilidade que se têm acumulado não só nas companhias, mas também nas universidades, escolas superiores e institutos de pesquisa.
O maior mercado da indústria florestal para a Finlândia é a União Europeia, dentro da qual se efectua cerca de 70 % da exportação, principalmente com a Alemanha, a Grã-Bretanha, a França e os Países Baixos. O resto da União representa 9 % da exportação, e o resto do mundo 20 %.
O sector florestal emprega aproximativamente 140.000 pessoas na Finlândia, das quais dois terços trabalham no âmbito da indústria florestal ou silvicultura. Por outras palavras, 6 % do número total dos empregados trabalham para o sector florestal, mas o número dos empregos tem diminuído a partir do princípio dos anos 90, por causa da automatização do trabalho e fusões de empresas florestais. No entanto, a proporção do sector florestal tem crescido de 1-2 % cada ano durante as últimas três décadas. O sector florestal é importante também a nível europeu, porque a indústria de produção florestal representa 10 % da produção industrial total da União Europeia.

Os cargos ecológicos da silvicultura são controlados estritamente

Sendo o maior consumidor dos recursos naturais, a indústria florestal tem que se responsabilizar do meio ambiente. De facto, este ramo de indústria tem invertido muito na protecção da natureza: 88 milhões de euros em 2000, ou seja, 10 % dos investimentos domésticos da indústria florestal.
Graças às novas tecnologias e métodos de produção melhorados, as descargas no meio aquático reduziram-se num fragmento do que eram há 20 anos atrás, ao passo que a quantidade da produção tem aumentado constantemente. Os valores de CBO (carência bioquímica de oxigénio) e as quantidades de descargas de substâncias organocloradas foram reduzidos a apenas 10 % do que eram antes. Apesar de a redução das descargas ser sempre importante, hoje em dia as questões mais actuais são as relacionadas com o ciclo de vida dos produtos, o uso eficaz dos recursos naturais, a reciclagem dos materiais e a utilização de fontes de energia renováveis.
No futuro, a utilização da fibra reciclada vai aumentar consideravelmente, e o objectivo é que, em 2010, 50 % do papel produzido na Finlândia seja fabricado utilizando material reciclado. Os Finlandeses reciclam 67 % do papel que usam, uma percentagem muito elevada considerando que se trata de um país com uma população escassa e dispersa; a percentagem média no mundo é 40 %. No entanto, já que apenas 10 % do papel e cartão é utilizado por consumidores privados, a percentagem do papel reciclado não pode ser aumentada pelos consumidores. Contudo, a situação é diferente na Europa Continental, onde as fábricas finlandesas usam maioritariamente fibra reciclada.
A indústria florestal consume energia de maneira intensiva, requerendo aproximadamente um terço da energia consumida na Finlândia. A maior fonte de energia da indústria florestal é a madeira, convertida em energia através do aproveitamento da casca e dos resíduos de madeira, serradura e lixívia negra (um subproduto da produção de papel), as quais são queimadas para produzir energia termal. Estes subprodutos obtidos durante o processamento da madeira fornecem 70 % do material usado para a produção de energia usada na indústria florestal, e a percentagem das fontes de energia como a madeira, a turfa e o gás está a aumentar, diminuindo, assim, a necessidade de recorrer a carbono e a óleo combustível pesado.

A certificação é a palavra-chave da silvicultura sustentável

A certificação tornou-se, em curto tempo, num procedimento utilizado para assegurar que a gestão florestal e o processamento da madeira cumprem as normas e os requisitos. A verificação é efectuada por um terceiro, o qual concede certificados para as florestas que cumprem os requisitos. O principal objectivo da certificação é dar aos consumidores dos produtos de madeira informação sobre a gestão sustentável da floresta em questão. O certificado é um documento assegurando que o crescimento da floresta excede os cortes e que as espécies de plantas e animais são protegidas.
FagervikAté 95 % das florestas finlandesas (22 milhões de hectares) são certificadas conforme os requisitos do sistema finlandês de certificação de florestas (FFCS – Finnish Forest Certification System). No total, 350.000 proprietários de florestas comprometeram-se a seguir os critérios do sistema de certificação.
O FFCS é parte do sistema de certificação europeu PEFC (Pan European Forest Certification System), no qual se aliaram todos os países europeus onde a maioria das florestas pertence a proprietários privados e consiste em propriedades florestais pequenas. Nos finais do ano 2001, havia florestas certificadas conforme o PEFC não só na Finlândia, mas também na Noruega, na Alemanha, na Suécia, na Suiça e na Áustria, sendo a superfície total das florestas certificadas mais do que 38 milhões de hectares. O número de florestas que fazem parte do PEFC está a aumentar constantemente, ao passo que novos países se aliam ao sistema.
MustikkaContudo, o PEFC tem um concorrente, o FSC (Forest Stewardship Council), favorecido por algumas organizações ecológicas. O FSC foi criado para a protecção das florestas tropicais, mas recentemente tem alcançado sucesso na Europa e na América do Norte, em particular no âmbito da certificação de áreas florestais de maior superfície e de florestas estatais. Já que ambos sistemas, o FSC e o PEFC, têm como objectivo uma silvicultura e indústria florestal sustentável, seria ideal alcançar uma situação na qual os dois sistemas pudessem ser complementares. A certificação em si é apenas um dos métodos de promover a silvicultura ecológica e sustentável, e não pode excluir a infra-estrutura do sector florestal criada pela legislação, acordos nacionais, sistemas de financiamento e organizações activas.
Hiperligações em inglês:

EIS AÍ MAIS UMA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA DA MADEIRA: A MADEIRA TRANSPARENTE....

Cientistas suecos inventam madeira transparente que pode substituir vidro

  • 5 abril 2016
Pesquisadores suecos acabam de criar a madeira transparente, que poderá substituir o vidro na fabricação de estruturas como janelas e fachadas - e principalmente reduzir de forma significativa os custos de produção de painéis solares. Dentro de alguns anos, será possível até transformar as próprias janelas e paredes de casas e edifícios em painéis solares.
É a versão futurista da madeira, um dos melhores e mais baratos materiais de construção do mundo.
O novo material foi desenvolvido pelo Real Instituto de Tecnologia sueco (Kungliga Tekniska Högskolan - KTH), com sede na capital sueca.
"A madeira transparente é um excelente material para substituir o vidro na confecção de painés solares, uma vez que ela é produzida a partir de um recurso barato, abundante e renovável", disse à BBC Brasil o pesquisador Lars Berglund, chefe do Centro Wallenberg de Ciências da Madeira no KTH.
"Trata-se portanto de um material particularmente importante para reduzir os custos de implantação de painés solares em superfícies extensas, o que pode beneficiar regiões com boas condições climáticas para o uso da energia solar, como o Brasil", acrescenta ele.
Para criar a madeira transparente, os pesquisadores suecos desenvolveram um processo químico de remoção da lignina, um componente natural da parede celular da madeira.
"Quando a lignina é removida, a madeira se torna branca. A superfície porosa branca é então revestida com um polímero transparente com propriedades óticas”, explica Lars Berglund.
O efeito de transparência é obtido através de tecnologias de manipulação em nanoescala, ou seja, em escala atômica e molecular.
O resultado é uma lâmina de madeira natural, mas visualmente transparente.
A descoberta sueca foi publicada na revista científica da Sociedade Americana de Química (American Chemical Society), a Biomacromolecules.
Embora a madeira transparente já tenha sido desenvolvida anteriormente em escala microscópica, para fins de estudo da anatomia da madeira, a pesquisa sueca desenvolveu pela primeira vez um método para a utilização do material em escala comercial.
Na pesquisa sueca, a madeira transparente foi fabricada a partir da madeira do pinheiro e do pau de balsa.
"Mas qualquer tipo de árvore pode ser usada, e já planejamos trabalhar com diferentes tipos de madeira", diz Berglund.
A madeira é de longe o material mais usado em diferentes tipos de construção, observa o pesquisador. Além de ser um recurso renovável, também oferece excelentes propriedades mecânicas, como a resistência, a baixa densidade - que conferere leveza ao material - e a baixa condutividade térmica, que proporciona bom isolamento diante de mudanças extremas de temperatura.
Com a nova madeira transparente, espera-se reduzir significativamente os custos energéticos. O estudo sueco destaca que o uso de energia em casas e edifícios, que inclui luz elétrica, condicionadores de ar e aquecimento de água, representa aproximadamente entre 30 e 40% do consumo total de energia.
Image copyright Peter Larsson
Image caption Em locais de clima frio, madeira transparente pode reduzir consumo de energia
"É portanto de grande importância reduzir o consumo de energia no setor de construção. Neste contexto, a energia solar é bastante atraente, uma vez que é uma energia limpa, gratuita e inesgotável", diz o estudo.
Entre as aplicações futuras da madeira transparente, o pesquisador sueco destaca que será possível construir janelas, paredes e fachadas de casas que sejam, ao mesmo tempo, painés solares.
"Para isto, precisaremos desenvolver nossas pesquisas a fim de aprimorar a técnica e o grau de transparência da madeira necessários para tal", diz Berglund.
Em lugares de clima frio, o uso da madeira transparente nas construções também permitirá que a energia solar seja aproveitada para o aquecimento das casas - no mesmo princípio das estufas de plantas -, reduzindo assim o consumo de energia.
Painés de madeira transparente poderão ser usados ainda na confecção de janelas e fachadas de casas semitransparentes, com o propósito de trocar a luz artificial pela luz natural e ao mesmo tempo manter a privacidade dos ambientes.
"Mas é possível construir janelas inteiramente transparentes com o novo material", diz Berglund.
O próximo passo dos pesquisadores do KTH será desenvolver o grau de transparência da madeira, e aperfeiçoar o processo de produção do novo material. Lars Berglund calcula que a fabricação da madeira transparente em escala comercial poderá ser iniciada dentro dos próximos anos:
"Já demonstramos que é possível fabricar a madeira transparente, em escala laboratorial. Agora, serão necessários investimentos para iniciar a produção comercial do novo material. E também desenvolver a técnica para que, nos próximos anos, também possamos transformar as próprias janelas e paredes das casas em painés solares."
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/04/160401_cientistas_madeira_transparente_rm

domingo, 7 de agosto de 2016

EIA AÍ A MINHA AMADA E QUERIDA TERRA DE PINDORAMA....

 


 https://youtu.be/t4hoI8n-hPo


 https://youtu.be/q0WoESkRhzI


https://youtu.be/VMt06JwUl3U


 https://youtu.be/TQNMkjnjq-w


A TERRA DE PINDORAMA

 O termo Pindorama admite três significados:
Etimologia
  1. Existem duas hipóteses etimológicas para a palavra "Pindorama":
  2. Viria do tupi pindó-rama ou pindó-retama, "terra/lugar/região das palmeiras";
  3. Viria da junção do tupi pin'dob (palmeira") com "-orama" ("espetáculo"), significando, portanto, "espetáculo das palmeiras".[7]
  4. Fonte:  Wikipédia

terça-feira, 5 de julho de 2016

UTILIZANDO E CUIDANDO BEM DA ÁGUA...




Educação Ambiental: Planeta água
Fonte: Desconhecida


A água é o elemento que deu origem e sustenta a vida no Planeta Terra. Sem a água nenhuma espécie vegetal ou animal, incluindo o homem, sobreviveria. Cerca de 70% de nossa alimentação e do nosso próprio corpo é constituído por água. Mais da metade de todas as espécies de animais e plantas do Planeta é aquática. Como 99,9% das águas de nosso planeta são salgadas ou permanentemente congeladas, resta-nos não muita quantidade de água doce para a manutenção de nossas necessidades.

E quando nos lembramos disso?

Quase nunca, talvez somente quando abrimos as torneiras vazias, ou sentimos sede. Sendo assim, não seria importante refletirmos sobre essa importantíssima questão?

Está na hora de preservarmos esse imprescindível recurso e que é finito (não é renovável), se não for adequadamente tratado. Nossa contribuição pode ser dada da seguinte forma:
·         Evitando desperdícios (fazer uso racional da água tratada);
·         Não jogar lixo, resíduos e entulho nos mananciais (Rios, Lagos e Lagoas, principalmente em Nascentes);
·         Não usar indiscriminadamente agrotóxicos;
·         Denunciando qualquer tipo de agressão aos cursos d'água principalmente doce.

Não esqueça a qualidade e a disponibilidade da água, está em nossas mãos.
Basta fazermos nossa parte.


Bom dia e bom trabalho com Segurança!
Você é importante. Relate os Quase-acidentes / Incidentes.

terça-feira, 31 de maio de 2016

AS AVES, SEMPRE BELAS E MUITÍSSIMO IMPORTANTES NA NATUREZA....




Rolinha volta aos céus brasileiros após 75 anos

Luciano Lima/Instituto Butantan/Divulgação
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Uma das espécies de aves brasileiras mais interessantes e que era considerada extinta há 75 anos foi redescoberta agora. A Rolinha-do-planalto foi observada pela última vez em 1941, mas em junho foi avistada na região do Cerrado em Minas Gerais pelo ornitólogo Rafael Bessa, que entrou em contato com o Observatório de Aves do Instituto Butantan.

Agora, estudos tentam mapear necessidades e hábitos da espécie para que ela não volte a correr o risco de desaparecimento. Butantan e ornitólogos desenvolvem um trabalho que inclui expdições a sítios com geografia e características similares onde 12 espécies de rolinha já foram avistadas. Os locais estão sendo monitorados por imagens de satélite associadas a uma técnica chamada modelagem ecológica, em que um software indica áreas com características ambientais semelhantes a das áreas onde os pássaros são avistados. Os trabalhos estão sendo conduzidos por Rafael Bessa; Luciano Lima, pesquisador do Observatório de Aves do Instituto Butantan; Wagner Nogueira, Marco Rego e Glaucia Del-Rio, associados ao Museu de História Natural da Universidade Estadual de Lousiana (EUA); e contam com o apoio do Instituto Butantan da Save Brasil, representante no país da BirdLIfe International. 
Luciano Lima conta que o anúncio da redescoberta aconteceu na terceira semana deste mês em São Paulo durante o Avistar, encontro brasileiro de observação de aves, que já está na sua 11ª edição e que reúne nomes não só do Brasil como do mundo inteiro e que este ano teve uma participação bem grande de convidados internacionais. 
"A Rolinha-do-planalto é o que a gente chama de espécie bandeira, como o mico leão dourado, o panda, a baleia azul que têm uma bandeira muito grande de engajar o público em geral para a causa da conservação e da preservação da natureza. Ao ver uma foto ou o bicho não tem como não ficar encantado."
Segundo Lima, essa é uma espécie bem enigmática, e só agora os estudiosos estão começando a entender um pouco mais sobre ela. 
"Depois de tanto tempo sem registro na natureza ela chegou a ser considerada extinta. Como ela é uma ave bastante enigmática, só agora a gente está entendendo o que ela precisa para continuar a viver. Essa é uma espécie emblemática e didática sob vários aspectos. Quando a gente fala que a Rolinha-do-planalto é uma espécie do Cerrado brasileiro, as pessoas acham que ela ocorre em toda a região do Cerrado. E aí elas falam: 'Se ela está no Cerrado inteiro, que problema tem se a gente desmatar só um pouquinho para plantar soja?
O pesquisador do Instituto Butantan observa, porém, que quando um animal está associado a um domínio como o Cerrado, a Mata Atlântica, além dos animais terem uma distribuição bem restrita dentro desse domínio, eles estão ligados a ambientes específicos, e o ambiente da Rolinha-do-planalto é um deles.
"A raridade do animal está atrelada à raridade também do ambiente, o que a torna ainda mais ameaçada."

segunda-feira, 11 de abril de 2016

POLO NORTE ESTÁ SE MOVENDO PARA O LESTE...

Cientistas enfim descobrem por que o Polo Norte está se movendo para o leste

 
© Fornecido por Gizmodo
Algo estranho está acontecendo com o nosso planeta. Por volta do ano 2000, o polo de rotação do Norte começou a migrar para o leste em um ritmo vigoroso. Agora, cientistas do JPL (Jet Propulsion Laboratory), da NASA, descobriram o que está acontecendo - e os humanos estão por trás disso.
O eixo de rotação de qualquer planeta, incluindo o nosso, está em constante fluxo. É que planetas não são esferas perfeitas, e sua massa está sempre em movimento. "Se você retira material de determinada área, você quebra a simetria, e o eixo de rotação começa a se mover", diz Surendra Adhikari, do JPL, ao Gizmodo.
Através de observações cuidadosas e modelos matemáticos, Adhikari descobriu que a recente alteração polar do nosso planeta tem duas causas: o derretimento das camadas de gelo na Groenlândia e na Antártida Ocidental; e mudanças na distribuição global da água armazenada em terra.
Ambos estão relacionados a um único fenômeno subjacente: "a mudança climática está comandando o movimento do eixo polar", disse Adhikari. Os resultados foram publicados na revista Science Advances.

polo norte se move (2)  
© Fornecido por Gizmodo polo norte se move (2)
Cientistas vêm medindo cuidadosamente o eixo de rotação da Terra desde 1899. Antes do século XXI, o polo vagava em direção a Hudson Bay, Canadá, movendo-se a uma taxa de cerca de sete centímetros por ano. Acredita-se que esta migração a longo prazo está relacionada à perda da camada de gelo Laurentide, que cobriu o Canadá e grande parte do norte dos EUA durante a última era do gelo.
Mas por volta da virada do século, os nossos eixos de rotação seguiram um novo rumo. O polo norte de rotação agora está indo para o leste, ao longo do meridiano de Greenwich, e está se movendo duas vezes mais rápido que antes. "Os cientistas acreditavam que isso devia estar relacionado ao derretimento da camada de gelo da Groenlândia", disse Adhikari.
No entanto, as camadas de gelo não contam a história completa. Ao combinar modelos de distribuição de massa com dados do satélite GRACE (Experimento de Recuperação de Gravidade e Clima) da NASA, Adhikari encontrou outro fator crítico: o armazenamento de água no solo - especialmente em toda a Eurásia.
Os seres humanos movem grandes volumes de água subterrânea através de bombeamento, e também indiretamente através da mudança climática, que faz alguns lugares se tornarem mais secos e outros, mais úmidos. Tomadas em conjunto, essas mudanças estão fazendo o nosso planeta tombar ligeiramente para o lado.

polo norte se move (1)  
© Fornecido por Gizmodo polo norte se move (1) 
 
Fonte:  http://www.msn.com/pt-br/noticias/ciencia-e-tecnologia/cientistas-enfim-descobrem-por-que-o-polo-norte-est%C3%A1-se-movendo-para-o-leste/ar-BBrCqvK?li=AAggNbi&ocid=mailsignoutmd

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

NÍVEL DOS OCEANOS CONTINUA SUBINDO RAPIDAMENTE...



O nível dos oceanos subiu mais rapidamente ao longo do século 20 do que nos três últimos milênios, devido às alterações climáticas, indica um estudo publicado na segunda-feira (22).
 A partir de novos cálculos, especialistas estimam que, entre 1900 e 2000, os oceanos subiram cerca de 14 cm por causa do degelo

Foto: Agência Brasil
Entre 1900 e 2000, os oceanos e os mares do planeta subiram cerca de 14 centímetros, por causa do degelo, principalmente no Ártico, revelaram os autores de estudos publicados na revista científica norte-americana Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
Os climatólogos estimaram que, sem a elevação da temperatura do planeta observada desde o início da era industrial, a subida do nível dos oceanos teria correspondido a menos da metade observada nos últimos cem anos.
O século passado “foi excepcional em comparação com os últimos três milênios e a elevação no nível dos oceanos acelerou nos últimos 20 anos”, disse Robert Kopp, professor do departamento de Ciências da Terra da Universidade Rutgers, em Nova Jersey, Estados Unidos.
Segundo este estudo, feito a partir de uma nova abordagem estatística concebida pela Universidade de Harvard, em Massachusetts, nos Estados Unidos, o nível dos oceanos baixou cerca de oito centímetros entre o ano 1000 e 1400, período marcado por um arrefecimento planetário de 0,2°C.
Atualmente, a temperatura mundial média está um grau acima do que a do final do século 19.
Para determinar a evolução do nível dos oceanos durante os últimos três mil anos, os cientistas compilaram novos dados geológicos que indicam a elevação do nível das águas, como os pântanos e os recifes de corais, os sítios arqueológicos, além de dados referentes a marés em 60 pontos do globo nos últimos 300 anos.
Estas estimativas detalham a variação do nível dos oceanos durante os últimos 30 séculos, permitindo fazer projeções mais exatas, explicou Andrew Kemp, professor de Ciências Oceânicas e da Terra da Universidade Tufts, em Massachusetts.
Os investigadores também calculam que o nível dos oceanos pode aumentar “muito provavelmente" de 51 centímetros para 1,3 metro durante este século "caso o mundo continue a ser tão dependente de energias fósseis”.
Em 12 de dezembro, 195 países aprovaram o acordo de Paris, que prevê conter a elevação das temperaturas em dois graus acima da era pré-industrial.
Se os compromissos conduzirem a uma eliminação gradual do uso carvão e dos hidrocarbonetos, o aumento do nível dos oceanos talvez não vá além de 24 a 60 centímetros, segundo o estudo.
“Estes novos dados sobre o nível dos oceanos confirmam uma vez mais como este período moderno de aquecimento não é habitual, porque se deve às nossas emissões de gases de efeito de estufa”, sublinhou Stefan Rahmstorf, professor de Oceanografia no Instituto Potsdam de investigação sobre o impacto do clima, na Alemanha.
Agência Brasil