domingo, 9 de dezembro de 2012

A SOCIEDADE ESTÁ PERGUNTANDO: ONDE ESTÃO a UPE, UFPE, UFRPE, A UNIVASF e os CEFET's (IFPE's) DE PERNAMBUCO?


Do JC Online

Um projeto de extensão bem-sucedido da Universidade de São Paulo (USP) está trazendo esta semana a Afogados da Ingazeira, cidade polo do Sertão pernambucano, um grupo de 200 estudantes e professores para um mutirão de saúde, agroecologia, educação, comunicação e economia rural. Bandeira Científica nasceu na década de 50, foi extinto na época da ditadura militar e retornou há 13 anos às distantes e carentes cidades brasileiras para aproximar o conhecimento acadêmico da realidade regional.

O grupo chegou ao Recife neste fim de semana em dois aviões da Força Aérea Brasileira e seguiu à região do Alto Pajeú por estrada, em ônibus cedidos pela Prefeitura de Afogados da Ingazeira. Estão alojados em escolas da cidade e a partir de amanhã iniciam o atendimento no Centro e área rural. Terão a companhia de dois professores e 23 alunos da Universidade Federal de Pernambuco, das áreas de medicina, nutrição, fisioterapia, fonoaudiologia, que estudam no Recife, e nutrição do Centro Acadêmico de Vitória. Toda a vez que visitam um Estado, os meninos do Bandeira Científica procuram aproximar mais universitários para incentivá-los a seguir o exemplo, explica Marcelo Pellegrini, aluno da Escola de Comunicação da USP e assessor de imprensa do projeto.

O vice-diretor do câmpus da UFPE em Vitória, José Eduardo Garcia, coordenador da comitiva local, explica que o projeto possibilita a prática do ensinamento e uma vivência rica no potencial transformador da vida das pessoas. Cecília Santos, aluna de nutrição da UFPE, acredita que estará mais preparada para a profissão após o projeto.

“São muito bem-vindos. Estamos precisando desse apoio e seria ideal que a UFPE também fizesse o mesmo que a USP” , avalia a secretária-adjunta de Saúde de Afogados da Ingazeira, Sandra Regina Siqueira. Embora tenha rede de saúde que serve de referência a municípios vizinhos, a cidade não consegue atender as necessidades totais da população, que requer cuidados médicos especializados.

Além disso, Afogados da Ingazeira tem enfrentado epidemias de dengue e, com o recrudescimento da seca nos últimos dois anos, aumentou o adoecimento de crianças com diarreias e outras infecções. “També m temos constatado mais doenças crônicas, como câncer, o que demanda mais exames e diagnósticos”, afirma.

A expedição da USP trouxe ultra-som e outros aparelhos para ajudar na assistência à população. São cinco toneladas de bagagem, equipamento, remédio e outros materiais. Vai oferecer também óculos a quem tem problemas de visão e dentaduras aos desdentados. Para isso, conta com empresas parceiras, embora a grande parte do projeto de extensão seja financiada pela próp ria universidade estadual.

Afogados foi selecionada por apresentar características de desenvolvimento, funcionar como polo, e ao mesmo tempo, ter indicadores sociais insatisfatórios, como baixo Índice de Desenvolvimento Humano, explicam os organizadores do Bandeira Científica. Ter uma rede de assistência mínima que apoie a presença do projeto também é requisito na hora de escolher a população beneficiária.

Desde abril o projeto já vem tomando providências na área. Representantes viajaram ao Sertão pernambucano para negociar apoios com a prefeitura e outros entes. O Exército Brasileiro, por exemplo, garantirá água potável para a realização dos trabalhos.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, agentes comunitários já fizeram pré-triagem das pessoas que precisam de assistência médica. Mesmo assim, haverá espaço para demandas espontâneas. A equipe da USP fará inicialmente uma triagem de clínica geral. Daí, o paciente será encaminhado a especialidades como oftalmologia, pediatria, ginecologia e otorrinolaringologia, entre outras.

Haverá ainda atendimento de odontologia, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, nutrição e terapia ocupacional. Todos também farão atividades educativas com a população, para prevenir novos problemas. Além do envolvimento comunitário, papel da extensão universitária, o projeto possibilita a formação dos alunos e a pesquisa científica. Dará ao público e à cidade visitada outras oportunidades, como a de planejar o trabalho, o uso da terra e a economia local.

Estão no grupo estudantes de engenharias civil e ambiental, da Escola Politécnica da USP, que farão mapeamento do saneamento básico (esgoto, abastecimento de água e compostagem do lixo). Representantes da Escola Superior de Agricultura trabalharão o manejo da terra e a agricultura nas comunidades rurais.

Alunos de economia, administração e contabilidade vão desenvolver projetos de geração de renda, para fortalecer as organizações locais. A Escola de Comunicação e Artes estará presente não só para documentar a expedição por meio de fotos e vídeo, mas também usará a rádio comunitária para convocar o público e passar dicas de saúde e prevenção de doenças adquiridas por água e alimento contaminado.

FONTE: Blog do Jamildo

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