quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Quanto de remanescentes florestais da Mata Atlântica tem Pernambuco? O mapeamento do Probio deu a resposta em 2007. E daí?

Em 2004 foi contratado pelo MMA, via Probio, o mapeamento dos biomas brasileiros. Em 2007 foi divulgado o relatório da Mata Atlântica (o da caatinga foi inclusive apresentado pelo colega Iêdo no I Coneflor, em 2007). Como, apesar do dinheiro público investido, esses produtos acabam tendo pouca repercussão e utilidade, estou anexando o relatório final da Mata Atlântica (os mapas estão disponívies em http://mapas.mma.gov.br/mapas/aplic/probio/datadownload.htm).
Bom, mas o assunto que apresento aqui é o seguinte: há implicações práticas legais dos percentuais de remanescentes florestais mapeados em todos os estados (inclusive, e com destaque, em Pernambuco) na aplicação da Lei 11428/2006, no que se refere ao estágio sucessional inical da Mata Atlântica. Eu gostaria de saber como os órgãos ambientais estão agindo diante dessa situação e como esses tais percentuais foram incorporados nas decisões de Estado (ou se foram desconsiderados...)

Um comentário:

JOSÉ ROBERTO disse...

Vejam o texto que encontrei no Blog Vooz de Flalrreta Alves.

Sustentabilidade
Proteger o meio ambiente, além de sustentável pode ser uma prática milionária
“Proteger o ambiente dá dinheiro”. Esta afirmação parte de um dos empresários mais bem sucedidos da região do Nordeste Brasileiro: Everardo Gomes de Matos, dono da maior usina ceramista da região do Crato (CE), a Cerâmica Gomes de Matos.
Na década de 90, a Cerâmica aquecia seus fornos com lenha proveniente do desmatamento da caatinga, além do coque de petróleo e óleo BPF, conhecido como óleo queimado. A partir de 2003, a empresa começou a trabalhar com o plano de manejo na fazenda Pau D’Arco e Bonfim, que está inserida em uma área pertencente à Floresta Nacional do Araripe. Desde então, passou a usar lenha de manejo florestal, bagaço de cana, casca de babaçu, pó de serra e restos de poda de árvores para cozer as telhas e tijolos.
O manejo foi autorizado através da Lei 9985/2000 que, entre outras, estabelece as Unidades de Conservação (UC) e determina que o proprietário de uma área inserida numa UC se responsabilize pela conservação do lugar. Desta forma, o manejo torna-se a mais viável forma de conservação. O bagaço de cana e pó de serra vem de doações. Já a poda das árvores, que antes a prefeitura jogava no lixão, e por conta de uma ação judicial movida pelo empresário, a Gomes de Mato tem o direito de recebê-las.
Com a utilização da poda das árvores, também entra a questão do crédito de carbono, que diz respeito à redução de gases do efeito estufa na atmosfera. Os troncos das árvores cortadas pela prefeitura, que apodreciam no lixão, geravam gás metano, que de acordo com Everardo Gomes, é mais valorizado. “Uma tonelada de metano é vendida a R$ 20 para o Banco Mundial” explica.
Somente no ano de 2009, a substituição permitiu a venda de 114 mil créditos ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bird). Cada crédito corresponde a uma tonelada de carbono que teve a emissão evitada. O negócio rendeu à cerâmica Gomes de Matos, US$ 684 mil, ou seja: quase um milhão e duzentos mil reais! Essa prática, chamada de carbono social ou mercado voluntário de carbono, não atende todos os pré-requisitos do Protocolo de Kyoto, mas é reconhecido pela ONU.
Outra medida de conservação ambiental e desenvolvida dentro da Gomes de Matos, diz respeito à energia elétrica. O bombeamento da água usada para molhar a argila que serve de molde para os materiais, correspondia ao maior consumo de eletricidade da fábrica. Quando então, em 2008, o empresário resolveu triturar torrões de argila ao invés de molhá-los por dois dias seguidos, como era feito anteriormente.
Atualmente, os torrões passam por trituradores movidos a pó de serra (biomassa da poda das árvores). A medida resultou na redução pela metade do valor da conta de energia, levando inclusive a Companhia Energética do Ceará (Coelce) a duvidar da lisura do contador de energia da fábrica “A Coelce pensou que eu tinha posto um macaco”, lembra Everardo.
Revendo conceitos
Há discursos e mais discursos sobre meio-ambiente e sustentabilidade. Mas poucos vão no interesse dos que mais utilizam: os empresários.
Antes de julgar "ecochatos" deveriam repensar no que esses tem a dizer. Não precisa dizer que Everardo Matos utilizou uma consultoria ambiental né?
Enquanto isso, fica as pautas de enchentes, clima novo em Teresina, tempestades, e demais consequencias ambientais para nossos amigos jornalistas...